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Gangorra das cotações

Enquanto estimativa de super oferta deprime preços do milho, demanda por soja traz valores recordes ao Mato Grosso.


As cotações para duas das principais commodities agrícolas de Mato Grosso, soja e milho, que vinham em ascendência desde o final do ano passado tomaram trajetórias diferentes, com um milho pressionado pela estimativa de super oferta na atual temporada - puxada pelos Estados Unidos e Brasil (Mato Grosso) e por uma soja valorizada desde o grão até os seus principais derivados. A edição de número 200 do Boletim Semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), divulgada ontem, mostra que enquanto a saca do milho perdeu 15% do seu valor, a da soja em grão valorizou exatamente o dobro.

Mesmo observando variações diferentes dentro do complexo soja, a valorização existe em maior ou menor grau aos derivados, cenário oposto ao do milho. Como destaca o boletim, os preços dos produtos derivados do processamento da soja, farelo e óleo vêm tomando sentidos diferentes decorrente da demanda, mas todos em elevação, graças à demanda emergente e urgente do mercado consumidor. Conforme dados do USDA, os países asiáticos continuam com grandes volumes de importação de farelo de soja.

O IMEA exemplifica a situação considerando duas importantes praças, regiões que concentram grande parte do processamento de soja de Mato Grosso, Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá) e Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte). O preço do farelo para exportação subiu 25,6% e 23,2%, respectivamente, desde o início do ano. O preço médio, que iniciou 2012 a R$585 por tonelada, agora atinge R$723, e a alta média de 23% confirma uma demanda mundial aquecida, principalmente pela avicultura, e uma oferta não tão grande pelos países da América do Sul.

Em contrapartida o preço do óleo não tem crescido tanto, pois a demanda não é a mesma que a do farelo. Em média para o estado, o preço do óleo para exportação valorizou menos que o do farelo, 15% de janeiro a abril, e metade do que o do grão para exportação, que valorizou mais de 30%.

A moeda norte-americana, que é uma das condicionantes da elevação do preço da soja mato-grossense, como frisa o IMEA, está sinalizando aumento nos preços para pagamento futuro. Os compradores fecharam negócios com preços livres de taxas, acima de R$50/sc em grande parte do estado, fechando mais uma semana de preços recordistas ao produtor mato-grossense que tem grão disponível no momento.

Em Primavera do Leste a média semanal foi de R$52,75/sc, valorizando 1,71% no decorrer da semana. Em Diamantino a média alcançou R$51,48/sc, alta de 0,97%. Sapezal teve sua média em R$50,43/sc, aumentando 3% na semana. Os preços cotados na sexta-feira (27) agitaram mais o mercado, fechando em Primavera do Leste a R$53,50/sc, em Diamantino, a R$52,00/sc, e em Sapezal a R$51,50/sc.

Os preços do milho continuam em queda constante, desde quando os principais países produtores do mundo, exceto a Argentina, anunciaram aumentar a produção e, em contrapartida, a demanda não acompanhou esse crescimento. Em Mato Grosso, a queda vem ocorrendo e já é de 15% sobre o maior valor registrado no estado desde o início de 2012, R$22,90 por saca em Rondonópolis. Somente na última semana as perdas somaram 6,75%.

Como destaca o boletim, assim que os Estados Unidos anunciaram uma área histórica do cereal, o mercado reagiu negativamente e esse movimento baixista atingiu os preços para exportação. "O valor pago pela saca para exportação que estava em US$15,76/sc em janeiro caiu para US$15,26/sc em março, redução de 3%. No mesmo período do ano passado em Rondonópolis o preço estava se mantendo elevado, em torno de R$22 a saca, valor que, se comparado ao atual - R$19,50, fechamento da última sexta-feira -, era mais de 13% superior.

O Instituto avalia que como ainda não existe um suporte para esses preços, ou seja, algo que garanta que toda a produção projetada será consumida, a tendência é de que o mercado do milho continue se desvalorizando, com média atual de preço próxima de R$17/sc. Mato Grosso, por exemplo, maior produtor do milho segunda safra, tem estimativas de elevar a produção em 68%, com uma colheita de 10,73 milhões de toneladas ante 6,99 milhões da temporada anterior.

A queda chegou a até 9% em algumas praças de Mato Grosso. No médio norte a variação média semanal foi de 4,86% e no estado foi de 6,75. O município de Campo Novo do Parecis foi o que obteve a maior queda da saca de milho, com desvalorização de 9,33%, fechando a semana em R$17/sc. A menor variação ocorreu em Lucas do Rio Verde, 6,13% negativos, sendo indicado R$16,90/sc. Em Sorriso a saca de milho iniciou a semana valendo R$18,25 e encerrou a sexta-feira cotada a R$16,60/sc, queda de 9,04%. Já em Rondonópolis a saca estava valendo R$20,80 na segunda-feira (23), fechando a semana a R$19,50, variação semanal de -6,25%.

Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 02 de maio de 2012.

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