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Medida incentiva estocagem de etanol para regularizar abastecimento


Quarta-feira, 28 de dezembro de 2011 - 09h18

A estocagem de um volume maior de álcool deve crescer nas usinas brasileiras. O governo publicou no Diário Oficial uma medida provisória que pretende facilitar esse procedimento para evitar mudanças bruscas no preço do combustível. As taxas de juros dos financiamentos para a estocagem ainda serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional. O governo quer garantir a estabilidade dos preços do álcool na entressafra da cana. Neste fim de ano, por exemplo, ficou desvantajoso abastecer os carros com o combustível. O problema surgiu porque a produção brasileira de etanol teve uma redução de 17% ao longo de 2011. A medida provisória, divulgada na segunda-feira (26), pretende começar a corrigir a situação. Para facilitar a estocagem do álcool, os bancos oficiais federais vão oferecer uma linha de crédito subsidiada para as usinas e parte dos juros ficará por conta da União. Foi em um contexto de falta de álcool no mercado interno que os produtores brasileiros receberam, na sexta-feira (23), a notícia que veio dos Estados Unidos. O Congresso Americano não renovou a cobrança da taxa de importação sobre o etanol para o próximo ano. Para entrar no mercado norte-americano, o etanol brasileiro pagava uma sobretaxa há 30 anos. Agora, essa sobretaxa deixa de existir. Para o economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília, as medidas podem estimular o aumento da produção brasileira de etanol a médio prazo. Mas, segundo ele, o governo precisa em primeiro lugar abastecer o mercado interno. “Talvez, a gente tenha que colocar algumas travas ou estabelecer algum tipo de disciplina, quem sabe, no sentido de que esses estímulos representem algum benefício ou dêem um retorno ao consumidor brasileiro. O consumidor brasileiro é prioritário. Nós não podemos atender a essas necessidades do mercado americano em detrimento do consumidor brasileiro. Eu acho que isso é fundamental”, explica Piscitelli. Outra questão que o economista destaca é a necessidade de aumentar a produção de cana. “A gente teve uma queda substancial da produção. Claro que houve também problemas climáticos, mas a queda foi muito acentuada de um ano para o outro. E há uma redução da área plantada que, em princípio, sinaliza para certo desestímulo produtor”, completa o professor. “Essa medida veio um pouco fora de época. Não temos álcool no momento e não devemos ter álcool para 2012. A oferta está mínima e a demanda altíssima. Esse recurso deverá ficar parado até que se produza etanol para estocagem. Os canaviais estão péssimos. Há alguns anos, estão com preços ruins. E não houve renovação dos canaviais”, avalia José Coral, presidente da Coplacana, Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo. Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 27 de dezembro de 2011.
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