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Moratória da soja é prorrogada até 2013


Sexta-feira, 14 de outubro de 2011 - 09h11

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou ontem a prorrogação, por mais um ano, da moratória da soja, acordo pelo qual as principais empresas comercializadoras do grão se comprometem a não comprar o produto de novas áreas desmatadas na Amazônia. Em vigor desde 2006, o acordo será prorrogado até janeiro de 2013. Apesar da moratória, a área desmatada para o cultivo da soja quase dobrou neste ano em relação à do ano passado. Conforme a Folha revelou em 23 de junho, o desmatamento para soja na Amazônia cresceu 86% neste ano em relação a 2010, segundo dados de monitoramento por satélite feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). A área desmatada com soja subiu de 6.295 hectares em 2009/2010 para 11.698 hectares em 2010/2011. Izabella afirmou que o desmatamento é "residual" e que a situação já está "controlada". Ela voltou a culpar, pelo pico na devastação, a discussão na Câmara no primeiro semestre sobre a reforma do Código Florestal -que criou no setor produtivo uma expectativa de anistia a desmates ilegais. "Para a gente, foi importante a continuidade da moratória, porque ela diminui a fonte de pressão sobre o Código Florestal no Congresso", disse Paulo Adário, do Greenpeace. Segundo ele, a moratória funciona como uma sinalização para os senadores que hoje analisam a reforma na lei florestal de que um grupo importante do agronegócio exportador não quer mais desmatamento. O aumento no desmate para soja neste ano, porém, causou uma crise interna no GTS (Grupo de Trabalho da Soja), formado por Ministério do Meio Ambiente, Abiove, Anec (Associação Nacional das Exportadoras de Cereais) e ONGs como Greenpeace, WWF e The Nature Conservancy. As ONGs pressionaram as associações empresariais para exigir dos produtores de quem compram soja o chamado CAR (Cadastro Ambiental Rural), por meio do qual as fazendas disponibilizam uma imagem de satélite de suas áreas de floresta e tornam-se visíveis ao monitoramento. A Abiove, por sua vez, teme endurecer demais as regras e afastar os produtores. Apesar de um grupo de grandes compradores da Europa já ter declarado, na semana passada, que faz questão do CAR, o mercado chinês, sem exigências ambientais, pode atrair os agricultores. "Não podemos vincular o CAR à compra da soja num primeiro momento, porque, para conseguir o CAR, (o produtor) tem de estar em ordem com uma série de atribuições burocráticas", disse Carlo Lovatelli, presidente da Abiove. "Não depende só de nós." Fonte: Folha de São Paulo. Por Cláudio Angelo. 14 de outubro de 2011.
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