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Scot Consultoria

Soja convencional resgata o seu mercado


Terça-feira, 13 de setembro de 2011 - 09h14

As tradicionais variedades de soja ainda estão presentes no campo, mas já não são mais semeadas como no passado. Cerca de 18 delas precisaram contar com a proteção do Programa Soja Livre, criado pela Embrapa no final do ano passado, em parcerias com pesquisadores, produtores, fábricas de sementes e agroindústrias. O interesse de todos está na preservação destas cultivares que transformaram o país em grande produtor e se mantiveram distantes da transgenia. A opção pelo cultivo de sementes não-transgênicas tem se mostrado um bom negócio, em especial para a exportação. Países europeus e asiáticos compraram 5 milhões de toneladas do grão (18% do total de vendas externas) e 6,5 milhões de toneladas de farelo de soja em 2010. “Um nicho de mercado criado em decorrência da exigência destes consumidores”, explica Rodrigo Brogin, pesquisador da Embrapa Soja, no Paraná. O Brasil é o principal fornecedor mundial do produto especialmente no Mato Grosso, responsável por manter 35% destas lavouras nos 24 milhões de hectares plantados. Por isso, os sojicultores do estado reivindicam maior oferta de sementes tradicionais para a região. É assim que eles conseguem conservar este material que tem custo de produção menor. A Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) fez as contas com base nos dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (IMEA), e concluiu que o custo médio do grão convencional na última safra foi de R$366 por hectare, desembolso 14,68% inferior aos R$429 por hectare do geneticamente modificado. Os sojicultores também não têm gasto com royalties (R$0,44 por quilo de semente) pagos à empresa que dispõe a tecnologia. Nos Estados Unidos, o custo é de U$1,30. No entanto, o diretor técnico Ivan Domingos Paghi alerta que não basta semear lavouras tradicionais para garantir a venda diferenciada. “O produtor precisa zelar desde a hora que planta até a colheita e o armazenamento”, diz. O processo inclui a limpeza de peças específicas de plantadeiras, colheitadeiras, estocagem de grãos em galpão seguro e acima de tudo colher sempre primeiro as lavouras tradicionais e depois as geneticamente modificadas, que devem ser separadas por uma barreira formada por vegetação ou talhões de 20 metros. É comum que o mesmo agricultor realize os dois tipos de cultivo em sua propriedade. Pelos padrões internacionais, a contaminação de um lote não pode passar de 0,1%. Se houver um grão de milho ou soja geneticamente modificada em mil convencionais, a carga deixa de ser considerada não transgênica, comprometendo a venda. Mas se tudo correr bem, o produtor receberá entre R$2 e R$5 a mais pelo preço da saca. Fonte: Globo Rural. Por Janice Kiss, com a colaboração de Luiz Felipe Orlando. 10 de setembro de 2011.
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