• Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Assine nossa newsletter
Scot Consultoria

Mais uma ameaça ao setor

Mais uma ameaça ao setor


Os produtores de suínos de Mato Grosso podem ficar sem milho em 2011. O alerta vem da direção da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (ACRISMAT). De acordo com a entidade, os produtores do grão têm informado nos últimos seis meses, ao Governo do estado e ao Governo Federal, que em razão das quebras das safras de milho em todo o país (1ª e 2ª safras), o Estado deve ficar sem o cereal para consumo animal. A ACRISMAT destaca que além da ameaça de escassez do grão – que levaria a um aumento maior sobre o custo de produção – o segmento é o mais afetado pelo embargo russo, em vigor desde o dia 15 de junho. Mato Grosso detém um plantel de 110 mil matrizes suínas, cada uma gera de 20 a 25 animais terminados por ano, de alto grau de evolução genética. A suinocultura gera no Estado mais de 32 mil empregos diretos e indiretos. Segundo o diretor executivo da ACRISMAT, Custódio Rodrigues, Mato Grosso mesmo sendo o maior produtor nacional de milho safrinha, não retém internamente toda a produção por conta da alta demanda de consumidores localizados no Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estados que concentram os maiores rebanhos de aves e suínos do Brasil. Rodrigues explica que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), os estoques de milho não ultrapassarão um 1,2 milhão toneladas. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), quase 70% da safra atual estão comercializados. Em função da insegurança sobre os estoques do grão e as estimativas de demanda mundial acima da oferta, o ritmo de vendas ultrapassa o registrado em igual período do ano passado. No mesmo de 2010 a produção, cerca de 17% maior que a atual, tinha menos de 47% do total já comprometido, na variação anual houve evolução de 19,5 pontos percentuais (p.p.). O que apavora o setor é que apenas a cadeia suinícola consome algo em torno de 600 a 700 toneladas anualmente. Ou seja, o estoque não atenderá nem o setor de aves, bovinos e nem a exportação. Estimativas do IMEA feitas ao longo dos meses apontaram para uma área plantada cerca de 10% inferior ao 1,94 milhão de hectares da safra anterior e uma perda de 17% na produção já que o volume previsto para a atual temporada é de 6,99 milhões de toneladas ante 8,41 milhões no ciclo 09/10. “Precisamos com urgência que o governo interceda para que haja uma retenção da produção de milho dentro do Estado. Não aguentaremos mais este aumento nos nossos custos que estão inviáveis neste ano. Estamos amargando prejuízos e empatando custo e venda”, afirma presidente da ACRISMAT, Paulo Lucion. De acordo com Lucion, atualmente o preço da saca de milho está em média a R$17,50. Se os produtores tiverem de comprar de outros estados o preço final da saca ficará entre R$30 a R$50. “Se isso acontecer várias granjas serão fechadas e produtores levados à falência”, denuncia o presidente. De acordo com o IMEA, na semana passada a saca em Rondonópolis e Primavera do Leste (cidades ao sul de Cuiabá) encerraram a semana com indicações de preços próximas a R$21 e R$21,50, respectivamente. A cidade que teve maior alta nas indicações de preço no decorrer da semana foi Diamantino, iniciando a última segunda-feira com R$16 a saca e ficando na sexta-feira (19) com indicações próximas a R$18,40 a saca, um aumento de preço de até R$2,40. No final do mês passado, a diretoria da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (APROSOJA/MT), afirmou que o mercado interno não corre risco de desabastecimento por conta da redução da safrinha 2011 de milho no Estado. “Os estoques atendem a nossa realidade, porém, de forma equilibrada”. Segundo dados do IMEA, o consumo interno do grão é de 2,2 milhões de toneladas. No início desta semana a colheita do grão no estado chegou ao fim, ao atingir mais de 99% da área plantada. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 25 de agosto de 2011. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja