• Terça-feira, 28 de outubro de 2025
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MDIC deverá rever tarifa de importação do glifosato chinês

MDIC deverá rever tarifa de importação do glifosato chinês


Abertura do processo de revisão da tarifa deve abrir uma nova guerra entre os produtores rurais e a multinacional Monsanto, a única fabricante do herbicida no Brasil. A pedido da multinacional Monsanto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) irá revisar a sobretaxa aplicada atualmente sobre as importações brasileiras do herbicida glifosato produzido na China. A abertura do processo de revisão da tarifa - aplicada para neutralizar os efeitos do dumping praticado pelos chineses - deve abrir uma nova guerra nos bastidores entre os produtores rurais e a multinacional Monsanto, a única fabricante de glifosato no Brasil. Desde junho do ano passado, é aplicada uma sobretaxa de no máximo US$2,52 por quilograma de glifosato chinês que esteja com o preço abaixo de US$3,60. Segundo o MDIC, está constatado que a tarifa existente não é suficiente para neutralizar o dumping praticado pelos chineses e que isso tem gerado prejuízos à produção nacional. "Esse avanço (a sobretaxa) não foi capaz de garantir um patamar adequado de proteção à indústria brasileira que permitisse uma concorrência justa com o glifosato chinês", alegou a Monsanto por meio de sua assessoria de imprensa. Os ruralistas sempre defenderam a derrubada da taxa sob pretexto de reduzir custos de produção e evitar o domínio absoluto da Monsanto no mercado. O produto é um herbicida usado em vários cultivos, principalmente de soja e cana-de-açúcar. O glifosato é essencial para as plantações de sementes transgênicas, porque acaba com pragas sem danificar a planta. A multinacional argumenta que o produto tem sido vendido no Brasil a preços abaixo dos praticados no mercado interno chinês e já ameaçou fechar sua fábrica de glifosato, instalada na Bahia. A Monsanto alega também que é preciso proteger a indústria nacional. Desde que a alíquota foi reduzida, segundo a multinacional, várias empresas saíram do mercado doméstico porque não conseguiram enfrentar os preços mais baixos do produto chinês. Esse movimento teria deixado a Monsanto com a única produtora de glifosato no país. A expectativa da Monsanto é a de que o governo brasileiro, ao realizar a investigação do caso, decida por intensificar o direito atual, adotando medida que proteja a produção nacional. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) mantém a posição histórica de que a tarifa de importação permaneça a mais baixa possível para que o produtor tenha acesso não só à oferta doméstica, mas também à internacional. O MAPA acredita que a concorrência externa permite que os agricultores não fiquem nas mãos de uma só empresa e que os preços baixem, reduzindo os custos de produção. Em fevereiro de 2009, o então ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, endossou a proposta de deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para a redução a zero da alíquota de importação do glifosato chinês. Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento se preocupa com o risco de fechamento da indústria de glifosato no Brasil. O MDIC fixou um prazo de no máximo 12 meses para encerrar a revisão da tarifa atual. Segundo o ministério, em 2009 o glifosato ácido era exportado ao Brasil pela China por US$4,16/kg e o glifosato formulado 360g chegava ao país por US$2,84/L. Com base no mercado europeu, o governo concluiu que os preços de mercado seriam US$9,78 e US$8,54, respectivamente. Fonte: Agência Estado. Por Renata Veríssimo. 20 de maio de 2011. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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