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Scot Consultoria

Manejo Integrado de Pragas (MIP)


Quinta-feira, 9 de junho de 2022 - 10h00

Foto: ShutterStock


A agricultura brasileira em seu sistema produtivo passa por diversos desafios, dentre eles estão as pragas. 

De modo geral, as pragas são seres vivos capazes de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos. Podem ser microrganismos (fungos, bactérias, nematoides, vírus), plantas daninhas ou insetos e podem causar 40% de perdas nas lavouras. 

Nesse contexto, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem sido bastante eficaz no combate à essas ameaças fitossanitárias e promoção da sustentabilidade da produção agrícola. 

O MIP é uma estratégia de tomada de decisões onde se leva em conta não somente o controle da praga e o lucro, mas também custos e benefícios a longo prazo para o ambiente, ao produtor e a sociedade. 

Podemos considerar o MIP como sendo a construção de uma casa (figura 1). O alicerce (decisões de manejo) é formado pelas condições do ambiente observado (agroecossistema), do nível de controle das pragas, do monitoramento e de informações taxonômicas da praga (espécie), sua biologia e ecologia. 

Já os pilares dessa estrutura são os tipos de controle que podemos usar, sendo: controle cultural, controle biológico, controle comportamental, controle genético, controle varietal e controle químico. 

Figura 1.
Alicerce e pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Elaboração: Scot Consultoria 

Alicerce do manejo integrado de pragas 

A decisão para o melhor manejo para a praga presente na lavoura passa pela adoção de parâmetros de avaliação que devem ser baseadas nas seguintes atividades que compõem o alicerce do MIP. 

Condições do ambiente

Conhecimento da lavoura e informações sobre o histórico da área. Determinar o estádio fenológico da cultura, aspectos nutricionais da planta, fatores climáticos, principais pragas que potencialmente podem ser prejudiciais no momento e a presença de inimigos naturais. 

Níveis de controle

É importante saber o nível de controle (NC), avaliação que antecede o nível de dano econômico (NDE). Dessa forma, ao fazer a amostragem no campo, por exemplo, se o número de insetos for igual ou superior ao NC, é necessária a adoção de medidas de controle, para evitar que a densidade populacional atinja o nível de dano econômico. 

Monitoramento

Realizar amostragens e comparativos para a tomada de decisão é fundamental.

Taxonomia – Biologia – Ecologia

Identificação da praga na lavoura e todo seu ciclo de vida. Para assim, definir a melhor estratégia de controle.

Pilares do Manejo integrado de pragas 

Controle cultural

Táticas preventivas que visam prevenir a introdução, estabelecimento e/ou disseminação de pragas.

Consiste em práticas como a rotação de cultura, uso de coberturas verdes ou até mesmo a destruição de restos de cultura anterior, além da escolha da época de plantio e colheita conforme as condições, utilização de poda, controle da adubação e irrigação, plantio direto e outros sistemas de cultivo. 

Controle biológico

Consiste na preservação dos inimigos naturais dentro da lavoura e da utilização do controle biológico, uma técnica que representa no controle de pragas e os insetos transmissores de doenças através do uso de seus inimigos naturais, que são insetos benéficos, parasitoides, predadores e microrganismos, como bactérias, fungos e vírus.

Os produtos biológicos são ferramentas importantes para ampliar o leque dos produtores no manejo integrado de pragas e doenças (MIP). Eles somam com alternativas já existentes e requerem cuidados e observância de boas práticas para não provocar resistência de insetos. 

Controle comportamental

Consiste nas táticas de usos de armadilhas, hormônios, feromônios, repelentes, atraentes e macho estéril, ou seja, produtos que farão alteração no comportamento da praga. Estudando e conhecendo o inseto, é possível usar métodos para a captura de determinadas pragas. 

Controle genético

Consiste na tática da manipulação genética dos insetos com o principal objetivo de reduzir o potencial reprodutivo das mesmas, ou seja, são feitas liberações contínuas de insetos modificados para que não produzam descendentes ao realizarem a cópula, como a Técnica do Inseto Estéril (TIE). 

Controle varietal

Utilização de variedades de plantas geneticamente modificadas ou resistentes à insetos, como as variedades transgênicas que expressam proteínas inseticidas Bt (Bacillus thuringiensis).

Entretanto, para que sua eficácia seja alcançada a utilização de boas práticas agronômicas para manejo das culturas Bt é de extrema importância. Para que, dessa forma, o risco de que insetos resistentes à essa tecnologia sejam selecionados é reduzido. 

Controle químico

Consiste na utilização de defensivos agrícolas, que controlem as pragas, mantendo vivos os inimigos naturais. No entanto, para evitar a resistência e esses produtos, deve-se também a prestar atenção na utilização de boas práticas agronômicas como a rotação de princípios ativos e modos de ação desses produtos. 

Considerações finais 

O manejo integrado de pragas tem apresentado táticas que visam um maior e melhor controle das pragas que afetam as lavouras brasileiras. 

Essas táticas e manejos buscam maior sustentabilidade ao sistema agrícola, atuando diretamente na redução de danos/perdas e redução de gastos que um produtor pode ter em sua lavoura. 

Portanto, o uso do manejo integrado de pragas pode, e vem, auxiliar os produtores a ter cada dia mais uma agricultura sustentável e lucrativa em toda a cadeia. 

Com a colaboração de Tais Sacheto, engenheira agrônoma. 

Bibliografia consultada

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Manejo Integrado de Pragas: essencial para a sustentabilidade da produção. Disponível em: Manejo integrado de pragas

MARASSATTO, C. Manejo integrado de pragas (MIP). Disponível em: Manejo Integrado de Pragas (MIP)

CENAGRI JÚNIOR. Os pilares do manejo integrado de pragas. Disponível: Os Pilares do Manejo Integrado de Pragas


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