Menor oferta de leite e demanda aquecida devem seguir ditando o mercado em curto prazo

No pagamento de abril, referente ao leite entregue em março, o preço subiu 2,4%. Foi o maior reajuste no ano.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média brasileira ficou em R$0,875 por litro. O preço atual está 7,0% maior, na comparação com o mesmo período do ano passado. Veja a figura 1. 

A forte concorrência entre os laticínios, com a oferta de leite em queda, foi o principal motivo da alta.

Os ajustes positivos dos preços dos lácteos no atacado (mais detalhes no capítulo 3) permitiram que os laticínios pagassem mais aos produtores e acirrassem a disputa pelo leite.

Alguns laticínios pagaram, em média, até R$0,06 a mais por litro frente ao pagamento anterior.

O preço do leite ao produtor subiu em todos os estados nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

Em Goiás o aumento foi de 4,6% ou R$0,04 por litro, em média. No Norte do país o preço caiu em Rondônia e no Pará.

Em curto prazo, a expectativa é de alta no preço do leite ao produtor.

Para o pagamento a ser realizado em meados de maio, 67,0% dos laticínios pesquisados acreditam em aumento dos preços aos produtores e 30,0% acreditam em manutenção.

Em maio, porém, os reajustes deverão ser mais tímidos em relação aos últimos meses. Em média, a alta deverá variar entre R$0,01 e R$0,03 por litro em relação ao pagamento de abril.

Os 3,0% restantes acreditam em queda de preço.

No Centro-Oeste e Sudeste o mercado deverá ser firme, com altas no preço do leite em curto e médio prazos.

Na região Sul, com a retomada da produção esperada em maio, alguns laticínios acreditam em ligeiro recuo no próximo pagamento.  Entretanto, a tendência é de manutenção à alta, sendo esta última, a previsão em boa parte dos laticínios consultados na região.

No Nordeste, a maior oferta de leite, com as chuvas, deverá pressionar os preços do leite para baixo em curto prazo.

O preço do leite spot está em ascensão, o que indica concorrência entre as indústrias pela matéria prima.

Em São Paulo, o litro está cotado, em média, em R$1,15, um aumento de 11,2% em relação à média de março. Foram verificados negócios entre R$0,94 e R$1,21, sem o frete.