Em fevereiro, as exportações de lácteos atingiram US$13,35 milhões; enquanto que as importações somaram US$10,12 milhões, gerando um superávit de US$3,2 milhões para o segmento. O resultado positivo, entretanto, ainda não pode ser considerado uma tendência, pois o setor lácteo continua sendo prejudicado pela atual política cambial praticada pelo Governo Federal, que mantém o dólar subvalorizado, limitando a expansão da balança comercial de lácteos, avalia o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNPL/CNA), Rodrigo Alvim. O aumento de 71,5% das exportações de leite em pó e de leite condensado registrado no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2005, contribuiu para minimizar o déficit da balança comercial de lácteos dos dois primeiros meses do ano, que fechou ligeiramente deficitária em US$790 mil.
“Com esse cenário de desequilíbrio cambial, fica difícil traçar estimativas positivas para o setor para os próximos meses. O movimento de aumento de vendas externas em alguns itens verificado em fevereiro só reforça o perfil competitivo dos produtos nacionais”, afirma. Em janeiro, a diferença entre exportações e importações gerou um déficit de US$4 milhões. Em fevereiro, isoladamente, as vendas para o mercado externo cresceram 55,2%, na comparação com o desempenho do mesmo mês de 2005, que fecharam em US$8,6 milhões. Em fevereiro do ano passado, o saldo foi negativo em US$764 mil.
Alvim explica que o aumento das vendas de leite em pó e leite condensado em fevereiro foi puxado pelo crescimento de demanda interna de países da América Latina e África - tradicionais clientes do Brasil, além de Israel. No caso do leite em pó, foram comercializados US$6,3 milhões para a Venezuela, Cuba e Israel. Já as remessas de leite condensado foram para Angola e Venezuela, somando US$4,2 milhões. O presidente da CNPL/CNA observa que, neste ano, verifica-se uma tendência de estabilização de preços no mercado internacional. Esse cenário decorre da previsão de queda de 2% da produção de leite na Nova Zelândia, manutenção dos níveis de produção na Austrália e União Européia. Nos Estados Unidos, a produção cresceu 3,5% no ano passado, mas a expansão das vendas externas daquele país vai depender do fortalecimento do dólar em relação ao euro.
“Nossa percepção é que há espaço no mercado externo para ampliar a presença dos produtos brasileiros, mas a defasagem cambial reduz a capacidade competitiva no exterior. É perda de receita na certa”, avalia Alvim.
Fonte: CNA
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