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Leite em pó importado domina gôndolas chinesas


Segunda-feira, 26 de setembro de 2011 - 09h26

Dados recentes da Administração Geral Aduaneira da China mostram que as importações de leite em pó alcançaram um novo recorde desde 2008. O volume importado em 2010 foi de 414 mil toneladas, três vezes mais do que em 2008. Somente no primeiro trimestre deste ano foram importadas 166 mil toneladas. Em 2011, provavelmente mais da metade do leite em pó vendido no país será importado, estimam especialistas da indústria leiteira chinesa. Em 2010, o mercado foi dividido igualmente entre o produto nacional e o importado. A Associação Leiteira Guangzhou estima que aproximadamente 600 mil toneladas sejam importadas em 2011, o que significa 60% do mercado chinês. A alta nas importações está prejudicando os produtores chineses, que pontuam haver excesso de estoque e guerra de preços com as marcas estrangeiras. Vendas reduzidas e estoque em excesso vêm acontecendo desde 2008, o que enfraqueceu não apenas pequenas empresas, mas também marcas nacionais de renome. A Associação Leiteira Guangzhou calcula que uma tonelada de leite em pó importado custa, em média, 3 mil yuan (US$ 485,00) a mais do que o leite em pó doméstico. Neste cenário, os produtores chineses devem manter seus preços baixos para poder competir com as marcas estrangeiras. Além disso, o leite importado tem atraído fortemente a atenção dos consumidores nas áreas rurais, em adição ao monopólio já estabelecido nas áreas urbanas, especialmente no mercado de alimentação infantil. Consumidores relatam que preferem pagar mais caro e consumir um produto de qualidade, considerando as péssimas condições de higiene da produção e processamento do leite na China. Em 2008 aconteceram uma série de incidentes na indústria do leite chinesa. Verificou-se a presença de melamina na fórmula infantil e resíduos do processamento de couro bovino no leite em pó comum. A melamina é uma substância utilizada na fabricação de plásticos e pesticidas. Pode ser utilizada na indústria alimentícia para adulterar a quantidade de proteína do produto. O consumo prolongado pode causar falência renal, entre outros danos á saúde. Autoridades da indústria leiteira estimam que sejam necessários ao menos três anos para que as marcas nacionais recuperem a confiança do consumidor e, consequentemente, as importações do produto sejam reduzidas. Isso mostra o quanto os consumidores estão cada vez mais atentos à higiene e qualidade dos produtos, principalmente os alimentícios, não medindo esforços financeiros para obter os de melhor qualidade. A crescente demanda pelo produto também se dá pelo maior poder aquisitivo da população chinesa e por estratégias de marketing eficientes. Por outro lado, esta situação de baixos preços e, consequentemente, a baixa remuneração ao produtor pode desestimular a atividade e contribuir para o aumento do descarte de produtoras, comprometendo futuramente a pecuária de leite chinesa. Este cenário ruim para o produtor chinês é oportunidade para o produtor estrangeiro, inclusive o brasileiro. Fonte: Jornal China Daily. Por Zhou Wenting. 17 de setembro de 2011.
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