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A mudança na indústria da carne bovina na Argentina


Terça-feira, 9 de agosto de 2011 - 09h35

A Argentina construiu uma sólida reputação no negócio da carne bovina ao redor do mundo. Mas as coisas estão mudando no país. As exportações de pescados têm substituído as tradicionais exportações de carne bovina, refletindo o declínio do setor. Comparativamente, dados do governo (Ministério de Agricultura, Ganadería y Pesca, em espanhol) mostram que as exportações argentinas de pescados e frutos do mar representaram, no primeiro quadrimestre de 2011, o dobro do volume de carne bovina exportada no período. Enquanto as exportações de pescados estão se destacando, as de carne bovina estão em declínio. Produtores afirmam que os níveis de produção ainda estão caindo, principalmente por causa das cotas de exportação estabelecidas pelo governo argentino em 2006. “O governo decidiu restringir as exportações para que houvesse um crescimento da oferta interna de carne bovina, como uma tentativa de reduzir o preço para o mercado interno. Mas os cortes que nossa indústria exporta não são os mesmos consumidos internamente. Portanto, o nível de produção caiu, devido ao fato de não haver incentivos para produzir algo que não será consumido”, diz Carlos Pujol, um atacadista de Buenos Aires. Tradicionalmente, cortes como filé mignon são destinados à exportação, enquanto outros como contra filé (chorizo, na Argentina) tendem a ser uma escolha popular entre os argentinos. Com relação ao rebanho, dados oficiais mostram que em 2005 havia mais de 57 milhões de cabeças de bovinos na Argentina. Em 2010 registraram-se 49 milhões. Queda de quase 15% entre 2005 e 2010. As exportações de carne bovina argentinas também ilustram o declínio. Em 2005, a Argentina exportou 483 mil toneladas, enquanto que em 2010 foram 191 mil, menos da metade, a menor marca da década. O governo argentino insiste que a prioridade é garantir carne bovina barata para a população, através do aumento na oferta interna causado pela constrição da exportação. “Nos normalmente não comemos peixe. Este é definitivamente um país consumidor de carne bovina. É uma medida típica de governos de esquerda. Estamos produzindo uma carne bovina de menor qualidade, porém mais barata para o consumo interno” afirma Pujol. O plano do governo argentino de forçar a queda nos preços não funcionou. Desestimulou a produção e gerou queda na disponibilidade, aumento nos preços e diminuição no consumo. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) mostram que entre 2009 e 2010, o consumo per capita anual de carne bovina na Argentina caiu de 66,5 para 55,8 kg. Em 2010, a Argentina perdeu para o Uruguai o posto de maior consumo per capita de carne bovina do mundo. Fonte: BBC News. Por Vladimir Hernandez. 4 de agosto de 2011.
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