O mercado do boi gordo trabalhou firme nas duas primeiras semanas do ano. O cenário foi reflexo da menor disponibilidade de animais para abate decorrente da ausência de vendedores (pecuaristas).
No entanto, a oferta de gado melhorou ao longo do mês e, com escalas mais confortáveis, os frigoríficos passaram a exercer pressão de baixa sobre os preços da arroba.
Em janeiro, normalmente o consumo de carne bovina é menor, principalmente para os cortes de primeira. Este fato pode ser percebido através da queda de preço da carne no atacado. Nas últimas semanas a desvalorização do traseiro foi de 9%. Veja a figura 1.
No entanto, apesar dessa queda do preço da carne, a margem de comercialização entre os equivalentes calculados pela Scot Consultoria comparado com o preço da arroba do boi gordo, verifica-se que a situação da indústria não é ruim.
Hoje o equivalente físico (48% traseiro +39% dianteiro + 13% de ponta de agulha) está em R$69,23, uma defasagem em relação à arroba do boi (R$75,00, a prazo, livre de funrural em São Paulo) de 7,7% (tabela 1).
A defasagem média do equivalente físico em relação ao preço da arroba do boi, nos meses de janeiro, é de 10,2%.
O quem tem garantido uma boa margem para os frigoríficos é a própria queda do preço da arroba. Depois de um final de ano e começo de 2010 mais firme, as cotações caíram 1,6% em relação a primeira semana de janeiro.
Os preços do dianteiro e ponta de agulha (consumo) caíram menos. Enquanto o traseiro caiu 9% ao longo do mês, o dianteiro caiu 2,8% e a ponta de agulha, permaneceu praticamente estável (figura 2).
Esta situação permite, caso haja necessidade (escassez de matéria prima) que os compradores paguem mais pela arroba do boi.
Este é o cenário atual, cuja disponibilidade de animais para abate está aumentando gradativamente, no entanto, as pastagens em boas condições permitem a venda, sem pressa.
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