Maior elasticidade para a carne de traseiro

A economia está em recuperação, o que traz aumento de renda e aumento do consumo de carnes, devido à elasticidade da demanda por esse produto. Isso ocorre principalmente com os cortes de traseiro. Quando há melhora da renda, o consumo de cortes de traseiro aumenta. O consumo de dianteiro, por sua vez, varia pouco. Observe a figura 1. Podemos observar a variação de preços dos cortes de dianteiro e traseiro sem osso no atacado paulista desde julho de 2008 (pré-crise) até hoje. Note que em 2008, mesmo com a turbulência gerada pela crise, o aumento de demanda no final de ano causou a valorização desses cortes. Tal aumento é decorrente das festas de fim de ano, somadas ao 13° salário e bonificações. Perceba uma valorização maior dos cortes de traseiro, o que demonstra maior demanda devido ao aumento do poder aquisitivo nessa época. A crise mundial afetou profundamente a Rússia, principal comprador de dianteiro. Com isso, houve redução da venda de dianteiro no mercado externo, fazendo a oferta do produto aumentar no mercado interno. O valor tem se mantido abaixo do patamar de julho de 2008. Observe que, desde o meio do ano, os cortes de traseiro têm tido aumentos de preço enquanto que os de dianteiro sofrem com a queda da demanda. Setenta e cinco por cento da produção de carnes é voltada para o mercado interno e o Brasil tem se recuperado bem da crise. O dianteiro, que possui elasticidade-renda menor, não apresentou grandes variações de consumo e, com a queda das importações russas, sofreu desvalorização por falta de demanda. Por exemplo, o valor da alcatra completa subiu 5,7% desde julho de 2008. No mesmo período o preço do músculo caiu 4,65%. Os outros cortes seguiram a mesma tendência – alta para os cortes de traseiro e queda para os de dianteiro.
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