Ruralistas tentam derrubar Sisbov

Às vésperas da chegada da missão européia que deve limitar a exportação de carne bovina brasileira a uma pequena lista de fazendas habilitadas (300) a exportar para o bloco, parlamentares da bancada ruralista começaram um processo de desconstrução do atual sistema de rastreamento de bovinos (Sisbov) do País. Os parlamentares querem tirar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o comando sobre o Sisbov e transferi-lo para as agências estaduais de defesa agropecuária. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) é o autor de um projeto de decreto legislativo que tenta derrubar as regras do Sisbov e de um projeto de resolução para suspender os acordos bilaterais Brasil-União Européia (UE) enquanto durar o embargo. O projeto prevê acabar com chips e brincos (identificação individual), restringindo a identificação dos bois às guias de trânsito animal (GTAs) e notas fiscais (foco no estabelecimento rural). Em reunião ontem (21), os parlamentares cogitaram incentivar ações judiciais de pecuaristas contra uma eventual lista restrita sugerida pelo Mapa aos europeus. Além disso, insistiram na urgência de uma ação contra a UE na Organização Mundial do Comércio (OMC). Sob coordenação da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o Senado encaminhará ao governo manifesto de 76 senadores contra o embargo e a lista exigida pela UE. No entanto, o coordenador da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério disse que o país deve negociar. "Vejo com dificuldade as chances de êxito do Brasil em um painel dessa natureza". O presidente da Associação dos Exportadores de Carne Suína (Abipecs), embora seja crítico do Sisbov, acredita também que a negociação é o melhor caminho, já que a UE é o principal cliente do País. Fonte: Valor Econômico. Adaptado pela Scot Consultoria. 22 de fevereiro de 2008.
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