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Scot Consultoria

Encontro de Criadores da Scot Consultoria entrevista o Profº. Dr. Moacyr Corsi


Terça-feira, 25 de junho de 2013 - 10h02

Nos dias 9 e 10 de julho acontecerá a primeira edição do Encontro de Criadores da Scot Consultoria, em Cuiabá - MT, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os criadores de bovinos.

O evento reunirá os principais agentes-chaves da pecuária brasileira para expor objetivamente as novas tecnologias no sistema de cria no Brasil e no exterior, discutindo temas relacionado a nutrição, sanidade, índices zootécnicos, manejo, reprodução, protocolos reprodutivos, genética de matrizes, competitividade e tendências.

Mais informações em www.encontrodecriadores.com.br

Um dos palestrantes será o Moacyr Corsi, engenheiro agrônomo e professor titular da ESALQ/USP, com ênfase em fisiologia de plantas forrageiras e produção animal em pastagens.

Sua palestra abordará Pastejo rotacionado versus contínuo: Qual escolher? Por que e quando?

Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Criadores da Scot Consultoria.

Entrevista com Moacyr Corsi


Scot Consultoria: O pecuarista produtor de bezerros tem em mente que precisa ser também um produtor de capim?

Moacyr Corsi: Essa convicção é menos notada entre os pecuaristas de cria. Justifica-se esse comportamento pelas baixas produtividades médias nessa atividade. Atualmente a produtividade media é de cerca de 0,2 bezerros/ha/ano. Com esses índices a pecuária de cria tem, frequentemente, características de exploração extrativista.

Se considerarmos as variáveis que determinam a produtividade do sistema de produção da cria entende-se as razões dos baixíssimos níveis de produtividade desse sistema de exploração pecuária. Sem dúvida a baixa taxa de lotação animal nas pastagens seria a variável mais decisiva para determinar a produtividade de bezerros. Sem tomarem a consciência de que o pecuarista é, antes de tudo, um agricultor de capim, não tem como fazermos da pecuária uma atividade participativa do agro negócio.

 

Scot Consultoria: Na pecuária de cria qual tipo de pastejo é mais vantajoso?

Moacyr Corsi: Se o objetivo é elevar a taxa de lotação nas pastagens acima de cerca de 2UA/ha o manejo da pastagem deve ser o rotacionado. Se a taxa de lotação nas pastagens é a variável mais importante não há como desviarmos desse objetivo.

 

Scot Consultoria: O pastejo contínuo pode ser eficiente quando praticado corretamente? De que forma?

Moacyr Corsi: Vamos definir o que seria pastejo contínuo. Há muitas distorções sobre esse conceito. Muitos pensam que pastejo contínuo seria agrupar alguns animais em um pasto e removê-los quando estiverem prontos para o abate ou manter um determinado número de matrizes no pasto, sem ajustes necessários na taxa de lotação. Esse tipo de manejo não se classifica como manejo de pastagens.

Pastejo contínuo de carga variável pode ser um sistema de manejo produtivo e comparável ao rotacionado até determinado nível de taxa de lotação animal nas pastagens. Esse sistema, o entanto, têm aplicação limitada devido às dificuldades na sua execução.

 

Scot Consultoria: Nas fazendas de cria qual a principal dificuldade encontrada pelo pecuarista quando falamos em manejo de pastagens?

Moacyr Corsi: Não há uma dificuldade específica. Dependendo da propriedade enfrentam-se problemas com a infraestrutura relativa às divisões de pastagens, aguadas, tropa para o manejo do rebanho, etc; com o preparo técnico da equipe por falta de treinamento, com relação ao controle de invasoras, com conceitos e aplicações errôneas no manejo das pastagens, com conceitos distorcidos quanto à interpretação de "intensificação do sistema de produção" normalmente confundido como o uso de adubações, com a definição de metas para o desenvolvimento do sistema de produção.

Aliás, acredito que a falta de metas seja o motivo principal para justificar o desânimo e descrença do pecuarista em relação à economia da atividade pecuária.  Uma parcela significativa de produtores não sabe do potencial da pecuária, por isso convivem com índices zootécnicos que estão imutáveis há cerca de 50 anos. O paradoxo nessa atividade é que "ter experiência em pecuária" quando se pratica índices zootécnicos tão baixos deve merecer cuidado na interpretação.


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