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Scot Consultoria

Água – a ameaça e o desafio


Sexta-feira, 21 de setembro de 2012 - 17h36

Nada há de novo. Os recursos hídricos globais estão escasseando e a competição por eles aumenta entre a agricultura e outras atividades econômicas. Neste contexto o relatório A crise global da água: dirigindo uma questão de segurança urgente, divulgado durante o InterAct Council, convida os governos a reformarem radicalmente suas atitudes em relação à água, em nível mundial.


A agricultura responde por cerca de 71% do consumo mundial de água, sendo que em países em desenvolvimento essa quantidade corresponde por mais de 80%.


O segundo maior consumidor de água é a indústria, com 21% seguida pelo do uso doméstico, 6%.


Estima-se que será necessário um adicional de mais de 5,2 mil quilômetros cúbicos anuais de água para a agricultura até 2050. O relatório afirma que isso acarretará enorme pressão sobre o abastecimento de água em muitos locais do mundo.


Desafio?


A agricultura mundial deve atingir o dobro da produção de alimentos até 2050 e o desafio será atingir essa produção com uma redução do uso de água em 10%. Aumentar a produtividade da água na agricultura será uma parte fundamental.


A capacidade de medir, padronizar e reportar métricas são as chaves para uma boa gestão. Saber, por exemplo, a probabilidade de chuvas, a umidade do solo de uma região e a necessidade hídrica e nutricional de culturas específicas, auxiliará a agricultura, o que aumentará a produtividade em relação ao uso da água.


E isso é possível. Desde 1950, pesquisas e investimentos em agricultura e gestão de água tem sido uma prioridade na agenda política de muitos países na Ásia e na África. Grandes avanços na produtividade agrícola, impulsionados pela Revolução Verde, que introduziu variedades de culturas mais resistentes à seca juntamente com um aumento no uso de fertilizantes e desenvolvimento da infraestrutura de irrigação, reduziram a fome na Ásia.


A Revolução Verde permitiu um vasto aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. É um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio do melhoramento genético de sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e redução do custo de manejo.


Investimentos inovadores nas práticas de gestão da água e da terra ajudarão a aumentar a produtividade agrícola.


Israel: líder em agricultura de precisão


Israel é um exemplo de um país com escassas reservas de água que transformou essa vulnerabilidade em um grande trunfo.


A história da irrigação começou há aproximadamente 5 mil anos, no Egito Antigo, nas margens do Rio Nilo. Ali também ocorreu a primeira obra de engenharia relacionada à irrigação, quando o Faraó Ramsés III ordenou a construção de diques, represas e canais, que melhoravam o aproveitamento das águas do Rio Nilo.


Apesar de a população israelense ter quase triplicado desde 1964, no mesmo período os agricultores israelenses conseguiram produzir nove vezes a quantidade de alimentos com um aumento de apenas 3% no consumo de água.


Sem a irrigação, a agricultura seria impossível em Israel, visto que o país possui solo desfavorável, escassez de chuvas e poucas fontes de água. Este país consegue suprir suas necessidades e ainda exportar cereais, frutas e laticínios. Isto só é possível devido à tecnologia desenvolvida e empregada em sua agricultura.


A verdadeira mudança necessária


O relatório reconhece que, é fácil propor políticas engenhosas, porém a implementação, não é tão simples. As restrições políticas devem ser reconhecidas na criação de novos modelos.


Assim, a incerteza das mudanças climáticas não deve ser esquecida. Neste verão no hemisfério norte foi possível observar como o clima úmido severo afetou as produções de alimentos no norte da Europa, Rússia e EUA, afetando, consequentemente, os preços em nível mundial.


Não há dúvida de que colocar a água na agenda global é essencial, não apenas para auxiliar a alimentar nove bilhões de pessoas em 2050 com menor gasto de água do que o atual, mas também para enfrentar o desafio do desenvolvimento essencial e de fazer isso de uma maneira segura e sustentável, protegendo os meios de subsistência de grande parte da população mundial.


Fonte: The Dairy Site. Pela Redação. 14 de setembro de 2012.


Traduzido, comentado e adaptado por Pamela Alves, analista da Scot Consultoria.


Colaborou Francisco Oliveira, analista júnior da Scot Consultoria.



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