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Scot Consultoria

Boi reage mais que seus produtos


Terça-feira, 26 de junho de 2007 - 09h36

O cenário é de mercado firme para o mercado do boi gordo. A oferta de gado terminado atende com dificuldade a demanda das indústrias, que são obrigadas a pularem dias de matança ou até reduzir o volume de animais abatidos ao dia. A redução de investimentos no campo, o abate de matrizes e o avanço da agricultura sobre áreas de pastagem, graças à crise de preços que acometeu a pecuária nos últimos anos, levam à retração do rebanho comercial em importantes regiões pecuárias. Diante desse cenário, contando ainda com outros fatores, como o bom desempenho das exportações de carne bovina, a cotação do boi gordo se mantém firme e em alta desde o início do ano, apesar de ser safra, quando tradicionalmente a oferta é maior que a demanda. A variação no preço do boi gordo em São Paulo (Barretos) foi de 5,8% entre a média de janeiro e a média de junho (até dia 25). Apesar do mercado aquecido para o boi gordo, quando se analisa a variação do preço da carne com osso no atacado (Equivalente Físico), percebe-se que esta não acompanhou a alta do boi, com variação de 3,4%. Mesmo quando se considera também a renda com sebo e couro (Equivalente Scot), a variação ficou abaixo do observado para o pecuarista. O recuo observado desde o pico da última entressafra (outubro/06) foi mais expressivo para a carne. Enquanto o boi apresenta cotação média atual 8,5% abaixo de outubro/06, o traseiro bovino teve queda de 9,3% no período. Os frigoríficos que comercializam carne com osso, couro, sebo, miúdos, derivados e subprodutos conseguiram acompanhar a alta do boi. Desde o início do ano o Equivalente Scot Carcaça reagiu 5,7%, próximo à variação do boi (5,8%). É interessante observar que o mesmo não aconteceu para os frigoríficos que comercializam a carne sem osso, couro, sebo, miúdos, derivados e subprodutos (grande maioria entre as indústrias exportadoras). A variação no período foi de 1,9%, bem abaixo dos outros indicadores. Parte da dificuldade em acompanhar a alta da matéria-prima deve-se ao consumo de carne bovina praticamente estagnado, cujo aumento é resultado, principalmente, do crescimento vegetativo da população. O couro, por sua vez, trabalhou em baixa as últimas semanas, em função das pressões relacionadas à valorização do real. Com relação ao consumo de carne, é desnecessário lembrar que falta marketing e políticas de divulgação e incentivo de consumo, ações observadas para a carne do frango, por exemplo, que “ocupou” parte do consumo de carne vermelha nos últimos anos. (LMA)
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