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Scot Consultoria

MS consumiu menos adubo no Centro-Oeste


Segunda-feira, 7 de maio de 2007 - 09h41

Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul são os que menos compraram fertilizantes na região Centro-Oeste nos primeiros quatro meses deste ano. No Estado houve incremento de 86,139% na comercialização em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto em Goiás o aumento foi de 111,24% e Mato Grosso, 204,36%. Entre os motivos pode estar o aumento dos fertilizantes, que subiram 70% em média. Esta alta nos preços poderá inviabilizar a produção agrícola brasileira, segundo alertaram representantes do setor produtivo, em audiência pública realizada na tarde de quinta-feira pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. A alta atinge adubos como o superfosfato simples e a uréia, largamente utilizados no cultivo de trigo, cevada, milho e feijão. Também este pode ser o motivo para o consumo de fertilizantes em Mato Grosso do Sul ter registrado o menor crescimento do Centro-Oeste. De acordo com George Wagner, presidente da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil), na região foram vendidos 2,039 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo 1,187 milhão de toneladas em Mato Grosso, 526 mil toneladas em Goiás e 315 mil toneladas em Mato Grosso do Sul, contra 390 mil toneladas no ano passado em MT; 249 mil toneladas em GO e 169 mil no MS. Percentualmente o incremento foi de 204,36% em MT, 111,24% em GO e 86,39% em MS, "a maior parte para uso imediato", destacou Wagner. Na média, a região teve incremento de 150,49%. O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Maciel Félix Caixeta, e o presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Ivo Ilário Riedi, afirmaram que os reajustes inesperados podem desencadear crise irreversível no setor de agronegócios. De acordo com Caixeta, hoje os produtores "plantam prejuízos". Para o gerente de compras da Cooperativa Industrial de Cascavel (PR), Rogério Rizzardi, os crescentes aumentos prejudicam diretamente os produtores. Segundo o último balanço da cooperativa, os gastos com fertilizantes e óleo diesel correspondem a 40% do atual custo agrícola. O diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos, Eduardo Daher, disse que a dependência do Brasil em relação ao mercado externo de fertilizantes é um dos principais motivos. Segundo ele, o País importa 65% dos fertilizantes que consome. O aumento da demanda internacional em 2007 fez os preços subirem de maneira significativa, sobretudo nos Estados Unidos, na Índia e na China, países com grandes investimentos agrícolas. Daher também disse que o fato de o preço dos fertilizantes estar vinculado a commodities faz com que os preços no mercado interno sejam equivalentes ao do mercado externo, mesmo com a queda do dólar. O nitrogênio, por exemplo, é atrelado ao preço do petróleo, e a uréia ao preço do gás natural. Com o aumento crescente dos valores do gás e do petróleo, o fertilizante é majorado na mesma proporção, explicou Daher. Outra preocupação é com o fim de incentivos para importação de matéria-prima utilizada na mistura dos fertilizantes, que começará a ser aplicada no próximo ano. "A cada dia ficará mais difícil manter os fertilizantes na lista de exceção de 100 produtos de importação. Em janeiro serão retirado 25 itens, até a completa exclusão até 2011", destacou Wagner. A concentração da produção dos fertilizantes importados pelo Brasil contribui de forma significativa para o alto preço do produto, disse Wagner. Os Estados Unidos, a Alemanha, a Rússia e o Canadá produzem 70% dos fertilizantes comprados pelo Brasil, segundo ele informou. O presidente da Ama Brasil destacou também a política de subsídios que os países produtores mantêm para proteger suas indústrias. O empresário apontou ainda o custo do frete marítimo e a situação precária dos portos brasileiros como fatores que influenciam no aumento do preço do produto para o consumidor final. Fonte: Correio do Estado. 7 de maio de 2007.
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