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Scot Consultoria

Friboi chega aos Yankees


Quarta-feira, 10 de janeiro de 2007 - 09h45

Após o início do movimento de internacionalização em 2005, quando comprou o frigorífico Swift Armour da Argentina, o Friboi estende seus tentáculos cada vez mais longe. Sua atuação no mercado de carne bovina é expressiva. Por dia são abatidos 20 mil bovinos nas 18 plantas existentes (13 no Brasil e 5 na Argentina) e estima-se que o faturamento total da empresa deva ter chegado nos US$2 bilhões em 2006. Quanto às exportações, de acordo com o Valor Econômico, o faturamento obtido em 2006 é estimado em US$950 milhões. Entretanto o Brasil não tem acesso a cerca de 61% do mercado internacional de carne bovina in natura, devido a restrições impostas pelos Estados Unidos e Japão, por exemplo, que apenas compram carne de países livres de aftosa sem vacinação, além de não aceitarem o critério de regionalização. Dessa forma, a recente aquisição de uma empresa norte-americana de distribuição de carne industrializada no mercado Yankee é o primeiro passo da estratégia de consolidar esse mercado e facilitar as negociações junto aos Estados Unidos. Atualmente, o Brasil apenas exporta carne bovina industrializada para os EUA, mas existe a tentativa de abrir esse mercado para a carne bovina in natura brasileira. Com a aproximação junto às indústrias e profissionais do setor de atacado e varejo norte-americanos, o Friboi amplia a vantagem competitiva em relação aos outros frigoríficos brasileiros que exportam para os EUA. A aquisição da SB Holdings e das subsidiárias Tupman Thurlow, Astro Sales International e Austral Foods, que eram as portas de entrada da carne bovina industrializada exportada por outros frigoríficos brasileiros também, o Friboi obriga essas outras indústrias a buscarem novos distribuidores ou a exportarem diretamente. A atuação no mercado norte-americano também permite ao Friboi aproveitar das relações bilaterais que os EUA têm junto à União Européia, Rússia e, quem sabe, até Japão. O Brasil fornece carne para mais de 150 países, porém não atende os mercados que melhor remuneram. O crescimento brasileiro no mercado internacional ocorreu, principalmente, nos países emergentes. Porém, caso o Brasil consiga exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, inúmeros mercados seriam abertos, uma vez que os EUA servem de “referência” de políticas de comércio exterior. Um exemplo disso é o México, que segue as diretrizes norte-americanas e não aceita a carne bovina brasileira. O risco desse movimento de internacionalização de frigoríficos brasileiros seria a redução na tentativa de abrir novos mercados para o Brasil. (LMA)
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