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Scot Consultoria

Protecionismo europeu volta a atingir o Brasil


Quinta-feira, 21 de setembro de 2006 - 12h48

As críticas da União Européia não se restringem mais somente ao rastreamento do rebanho e do controle de resíduos nos alimentos. Atualmente, entidades, como a União de Fazendeiros de Gales (FUW, sigla em inglês), têm pressionado não apenas as autoridades do Bloco Econômico para interromper as importações, mas as redes de varejo que vendem a carne brasileira. Recentemente, diversos panfletos foram distribuídos em frente a redes de varejo, sobretudo da Tesco – uma das maiores da UE –, incitando aos consumidores a perguntarem se a política dessas redes visa evitar a compra de carnes produzidas em condições subumanas quando estas foram importadas do Brasil. Segundo o presidente dessa entidade, trabalhadores de fazendas pecuárias são mantidos em regime de escravidão, obrigados a fazerem compras de comida na própria fazenda, diante de preços inflacionados, que os mantém em débito permanente. Outra questão polêmica diz respeito ao uso de hormônios na alimentação de bovinos, quando o mesmo presidente diz que essa prática é comum no Brasil. Praticamente apenas a carne de traseiro bovino é comercializada na Europa. As maiores taxas impostas para outras peças, inviabiliza a entrada destas. Portanto, o nicho de mercado ocupado pela carne brasileira é de cortes nobres, que, por sua vez, é o mesmo nicho de mercado de interesse de países como Irlanda e País de Gales. Ou seja, a maior parte das críticas feitas à carne brasileira é proveniente de regiões que possuem interesse comercial na proibição da importação de carne brasileira. Isto já seria motivo suficiente para ver as críticas com “outros olhos”. Entretanto, outros fatores ajudam a demonstrar o sensacionalismo que paira sobre essa questão. Os Estados Unidos, por exemplo, um dos fornecedores de carne bovina para a UE, utiliza amplamente hormônios na engorda de bovinos, mas nunca foi alvo de críticas. Conforme o Brasil “abocanhe” mais fatias do mercado internacional de carne bovina, ficará cada vez mais exposto às críticas dos concorrentes. Neste ponto entra o profissionalismo do setor para resolver questões técnicas, como a rastreabilidade do rebanho bovino, ou diplomáticas, como as citadas anteriormente. (LMA)
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