Mesmo com a tarifa dos EUA prestes a valer, Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, vê no consumo interno e nas exportações um fôlego para reação do boi gordo
Com a taxação da carne bovina brasileira pelos Estados Unidos prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, o setor agropecuário acompanha o cenário com atenção redobrada. O risco é real, mas o Brasil não está sem saída. É o que avalia Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, em entrevista ao Terraviva DBO na TV, desta quarta-feira (23).
Em 2025, os EUA já figuram como o segundo maior destino da carne bovina nacional, atrás apenas da China. Foram cerca de 150 mil toneladas exportadas aos norte-americanos no primeiro semestre, o que representa 26% das compras totais do país.
Esse espaço foi conquistado graças a uma combinação de fatores: rebanho local em queda, seca severa e preços internos elevados.
Além do Brasil, México e Canadá, que são dois fornecedores importantes para eles, também estão sendo taxados. Então, eles devem buscar mais carne onde? Argentina, Uruguai, Paraguai e a própria Austrália. Mas isso infla os preços, e os outros compradores devem redirecionar a sua busca. O Brasil pode ganhar esses outros compradores no meio do caminho”, aponta o analista.
Mesmo com um possível encolhimento nas exportações para os EUA, o analista reforça a importância do mercado interno. “Pode parecer impopular, mas o Brasil tem um mercado interno pronto para absorver esse excedente. Temos desemprego em baixa, renda em alta e maior circulação de capital no segundo semestre”, disse Fabbri.
Historicamente, o segundo semestre também é mais favorável às exportações brasileiras, com aumento no volume embarcado. “Muitos compradores buscam a nossa carne no segundo semestre, o que pode ajudar a aliviar essa questão norte-americana”, conclui.
Para entender melhor os impactos da taxação e os caminhos possíveis para a pecuária, assista à entrevista completa com Felipe Fabbri no Terraviva DBO na TV.
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