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Scot Consultoria

Aumento de custos em 2015 deve superar alta da arroba


Quarta-feira, 2 de setembro de 2015 - 10h57

(São Paulo) A arroba deve voltar a subir na entressafra, mas não o suficiente para superar o avanço nos custos de produção em 2015, prevê a Scot Consultoria. Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o analista Alex Lopes afirma que a lentidão do consumo interno deve limitar a alta dos preços do boi, ao mesmo tempo em que o cenário político e a deterioração da economia podem elevar custos de produtores com insumos cotados em dólar.


"Talvez os custos de produção voltem a subir acima da arroba este ano", afirma Lopes, acrescentando que desde 2012, ano de maior oferta de gado, isso não ocorre.


Em 2015, a situação é contrária. O rebanho bovino disponível para a indústria está menor, já que produtores têm retido fêmeas para investir na cria, o que favorece a alta da arroba. A Scot estima que a cotação tenha permanecido em campo positivo na maior parte do segundo trimestre, mas caiu a partir de junho por causa da maior oferta de bois de pasto, da lentidão do consumo e do ajuste produtivo feito pelo setor frigorífico.


Com isso, a arroba acumula desvalorização de 1,7% entre janeiro e agosto de 2015. No mesmo período, os custos avançaram 7% e o preço do bezerro subiu 8%, impulsionado pela demanda por animais de reposição. A perspectiva é de recuperação dos preços do boi gordo na entressafra, em razão da oferta restrita, mas a alta pode não ser suficiente para compensar o avanço dos custos.


"A oferta de bois já diminuiu bastante e pode haver redução no volume de animais confinados, pois parte dos produtores decidiu repensar os projetos para o segundo giro deste ano. No entanto, a alta deve seguir limitada pelo consumo interno, já que 80% da carne bovina produzida no Brasil fica aqui", explica o analista.


A alta dos custos de produção neste ano se deve principalmente ao reajuste das tarifas de energia elétrica e de combustível, bem como à valorização do dólar. Lopes acredita que ainda há espaço para os insumos cotados na moeda norte-americana avançarem no segundo semestre.


"Alguns analistas acreditam que o dólar pode avançar e chegar a R$ 4 este ano, então fertilizantes e sais minerais podem continuar a subir", diz.


Nesta terça-feira, 1/9, o dólar no balcão alcançou seu maior nível desde 13 de dezembro de 2002, fechando em R$ 3,6910. Nesse contexto, o analista cita a possível saída de investidores internacionais do País no curto prazo, o que deve impulsionar a moeda dos Estados Unidos. O motivo seria a deterioração da economia e das condições políticas no Brasil.


"Se imaginarmos que a projeção é de piora da economia nos próximos meses, então não é difícil termos avanço do dólar", diz Lopes.


Fonte: Estadão Conteúdo, por Renato Oselame. 01/09/2015.



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