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Scot Consultoria

Falta de sebo opõe fábricas de sabonetes e de biodiesel


Quarta-feira, 22 de abril de 2009 - 13h32

Se o preço da carne bovina seguir em alta, como ocorre desde o começo do mês, é quase certo que o sabonete também vai custar mais. A relação entre bois e os tabletes de higiene pessoal está intimamente ligada porque o sebo, retirado após o abate em frigoríficos, serve de matéria-prima para a fabricação do produto de limpeza e de hidratação. Cada mil quilos permitem a fabricação de 15 mil sabonetes de 90 gramas. E um bovino adulto, pronto para o abate, costuma liberar 12 quilos de sebo. A possibilidade de os tabletes custarem mais no varejo da região está atrelada à cotação do sebo. Conforme a Scot Consultoria, empresa de Bebedouro que diariamente faz cotações junto a 27 regiões pecuárias do país, o quilo do subproduto bovino custa R$1,50 no interior paulista e R$1,70, se for preciso trazê-lo de outros estados. Não há previsão de queda nesses valores porque, conforme a veterinária e analista da Scot, Lygia Maria Pimentel, a oferta de carne aos frigoríficos ficou escassa a partir da primeira quinzena deste mês. Motivo: o período registrou chuvas fora de época que resultaram no surgimento de capim, que é alimento para o gado. Com isso, o pecuarista decidiu reter as cabeças no pasto enquanto negocia preços melhores junto aos frigoríficos. Outra explicação para a menor oferta de carne é que em 2008, por conta da instabilidade econômica, os produtores correram para vender inclusive matrizes, o que reduziu a oferta de bezerros. O resultado, enfim, é menos sebo no mercado. Biocombustível Há outro concorrente dos fabricantes de sabonetes: o sebo também serve como matéria-prima para a fabricação de biodiesel, combustível que já é adicionado na proporção de 3% ao óleo diesel. A maioria dos fabricantes, contudo, prefere usar óleo de soja como ingrediente para produzir biocombustível. “O sebo não é viável para fazer biodiesel porque ele é sólido e, para tornar-se líquido, é preciso gastar vapor e energia, o que gera despesas”, diz o empresário Guilherme Razzo, diretor da Razzo, fabricante de sabonetes de São Paulo, que produz para a Johnson & Johnson e também faz a linha própria Livy. Razzo atesta que a oferta de sebo está em queda. “Entre 2007 e 2008 houve uma redução da ordem de 30%”, afirma ele, que acompanha de perto a situação porque consome o subproduto e também o comercializa através de uma graxaria (local onde o sebo é processado) de propriedade da empresa. Para Lygia, da Scot, a oferta de sebo voltará a crescer entre maio e junho, quando o produtor deve retomar as vendas para os frigoríficos. Fonte: Jornal a Cidade. Por Delcy Mac Cruz. 22 de abril de 2009.
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