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Scot Consultoria

Preços da carne se recuperam, mas dívida de frigoríficos sobe


Segunda-feira, 11 de maio de 2009 - 10h45

A comercialização de carne bovina começa a voltar aos patamares normais, mas a situação dos frigoríficos em débito com os pecuaristas ainda é crítica. Sem condições de retomarem os abates, a dívida dessas indústrias continua crescendo com suas plantas paralisadas. A situação mais grave é a do Frigorífico Independência que, de janeiro de 2008 a fevereiro de 2009, viu sua dívida líquida aumentar de pouco mais de R$1 milhão para R$3,4 milhões. Na última semana, Miguel Russo Neto, presidente do Independência, se reuniu com lideranças das principais entidades de classe do setor na sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde apresentou um plano estratégico da empresa para resolver o impasse com os pecuaristas sobre valores atrasados. Segundo Eduardo Alves Ferreira Neto, diretor tesoureiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que participou da reunião, o presidente do Independência explicou os moldes que compreendem a Recuperação Judicial da empresa e que todos os documentos da ação legal já estão em posse do Poder Judiciário. De acordo com Ferreira, o executivo destacou que a empresa deverá priorizar o pagamento da dívida aos pecuaristas. “Uma das alternativas encontradas por eles (Independência) é conscientizar os outros credores, como os bancos e fornecedores com a maior parte do montante, a priorizar o pagamento para se obter matéria-prima de modo a fazer capital de giro e cumprir os compromissos”, disse. Enquanto não sai a resolução, o Independência enfrenta dificuldades para retomar os abates. No plano traçado pela consultoria KPMG, que cuida do retorno da companhia ao mercado, as atividades na unidade de Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul, já deveriam ter sido reiniciadas, mas assim como em outras plantas, a empresa não conseguiu retomar em razão de uma resistência por parte dos pecuaristas. A situação do Grupo Arantes e do Quatro Marcos não é diferente. Em Nova Monte Verde do Norte, no Mato Grosso, criadores já fazem bloqueio na entrada da unidade do Arantes há mais de 15 dias. Eles não aceitam o plano oferecido pelo frigorífico de parcelar a dívida de R$6 milhões, só aos criadores dessa região, em 12 vezes. No Município de São José dos Quatro Marcos, também no Mato Grosso, pecuaristas bloquearam a entrada do Frigorífico Quatro Marcos. De acordo com o Sindicato Rural da região, as entradas do frigorífico só serão liberadas depois que a indústria pagar 100% da dívida que é de R$8,3 milhões. Luciano Vacari, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), disse que a entidade tem conversado com os pecuaristas e orientado para que mantenham uma posição firme durante as negociações. “Existe claramente uma opção dos frigoríficos em usar seus recursos para comprar o boi à vista e agir como se não existisse uma dívida passada.” Vacari acrescenta que os pecuaristas devem se unir para que suas posições se fortaleçam. “Há uma dívida de mais de R$120 milhões e o produtor está com sua vida financeira travada, por causa das recuperações judiciais”, afirmou. As empresas em recuperação judicial não estão aproveitando a retomada das exportações de carne in natura que, em abril, foi negociada, em média, por um valor 2,3% acima do verificado no mês de março. “Parece que o ambiente de negócios está melhorando para os frigoríficos. A ociosidade diminuiu um pouco, o governo tem atuado na liberação de crédito e as exportações estão retomando o ritmo”, avaliou Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. No mercado interno, o preço médio da carne in natura também tem se valorizado e passou de R$4.466,37 por tonelada para R$4.936,20 entre abril de 2008 e abril de 2009, um aumento de 10,5%. Marfrig Na última sexta-feira (8/05), a Fitch Ratings manteve em B+ o rating da companhia. Em nota, a classificadora destacou que a estrutura de capital do Marfrig está “altamente alavancada”. “A Fitch espera a melhora das medidas de crédito da companhia num futuro próximo, à medida que esta concretize as sinergias resultantes das aquisições e ganhe participação no mercado brasileiro”, afirmou. Fonte: DCI. Por Priscila Machado. 11 de maio de 2009.
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