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Scot Consultoria

Boi: governo pediu valor acima do mercado no leilão da Conab


Terça-feira, 15 de julho de 2008 - 17h53

O governo tentou fazer hoje um leilão de bois apreendidos no Pará, que estavam em uma área de proteção. A oferta de 3.500 cabeças não teve comprador e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está organizando para a próxima segunda-feira (21) uma nova tentativa. Um dos principais motivos para não ter encontrado compradores para os animais foi o preço mínimo pedido pelo governo. O primeiro lote, de 45 touros, tinha um valor total de R$157,5 mil, ou seja, R$3.500 por cabeça. "Esse é o valor de um tourinho de padrão muito bom. Resta saber se o que estava sendo oferecido pelo governo tinha o padrão para ter esse preço", explica Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Além do lote de touros, o governo ofereceu um lote de 2.100 vacas, que tem apresentado uma boa demanda no mercado, dada a escassez de boi gordo para atender os frigoríficos. O valor inicial, no entanto, era de R$2,921 milhões, que convertidos em arrobas é de R$92,73/@. Vale lembrar que, no Pará, a melhor oferta pela vaca gorda não passa de R$70,00/@. Nem mesmo o boi gordo no Estado se aproxima do preço pedido pelo governo, que, na melhor das hipóteses, é de R$78,00/@. "O valor da vaca está muito acima da média. Para vender por esse preço teria que ser uma vaca elite", explica Tito Rosa. Segundo o analista, o valor que mais se aproximou da média do mercado foram as cotações dos bezerros. No Pará, o bezerro de 8 meses é vendido a R$575,00 por cabeça, enquanto o animal de 12 meses é negociado a R$640,00. Na tentativa frustrada de hoje, o governo pedia um lance mínimo de R$616,00 por cabeça, mas não informava a idade dos animais. "Não é assim que se vende boi. O governo vai ter que filmar esses animais, fotografar, dar um peso médio, a idade dos animais e conceder informações mínimas para despertar o mínimo de interesse", explica o analista. Em nota, a Conab informou que está confirmada para a próxima semana a nova tentativa de vender os animais apreendidos, mas que o novo valor será divulgado apenas na próxima quinta-feira (17). Serão ofertadas, no entanto, não mais as 3.500 cabeças, mas 3.046 animais. O resultado negativo da primeira rodada de negociação não surpreendeu o governo. "É uma reação normal do mercado, principalmente por se tratar de uma primeira operação desse tipo", diz o superintendente da Conab, João Cláudio DallaCosta, na nota. Fonte: Agência Estado. Por Alexandre Inácio. 14 de julho de 2008.
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