• Sexta-feira, 29 de março de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Exportação de lácteos dispara e País ganha destaque global


Segunda-feira, 30 de junho de 2008 - 12h23

SÃO PAULO - O desempenho das exportações de produtos lácteos no acumulado do ano corresponde às expectativas do setor de que o Brasil caminha para se tornar um importante player global também nesse segmento. Entre janeiro e maio deste ano, as vendas externas de leite e laticínios foram equivalentes a 49,7 mil toneladas - 50% mais do que no mesmo período de 2007. A receita disparou 151%, para US$171,50 milhões, levando em conta comparação em igual período. Para Vicente Nogueira, diretor do departamento econômico da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), o país poderá alcançar o equivalente a US$500 milhões em vendas externas em 2008, cifra 66% superior ao resultado obtido em 2007. Em volume, a previsão da Leite Brasil é de embarcar 25% mais que no ano passado, chegando a 1 milhão de toneladas (ou 1 bilhão de litros, considerando todos os produtos). Ainda segundo Nogueira, tão logo o Brasil comece a exportar para China, Rússia e México - três dos mais significativos importadores mundiais de lácteos -, o País ganhará posição entre os cinco maiores exportadores mundiais do segmento. "Acredito que o Brasil possa estar entre os cinco maiores exportadores em três ou quatro anos", diz o diretor da CBCL. Hoje, os brasileiros não configuram entre os dez países maiores exportadores do setor. Encabeçam essa lista a Nova Zelândia, União Européia, Estados Unidos, Argentina e Austrália. Nogueira diz que há um esforço conjunto do governo e do setor privado pela batalha que envolve as questões legais para a abertura desses mercados. "Assim como em outros setores, é preciso que ocorram visitas de técnicos desses países para habilitar as indústrias nacionais à exportação", cita Nogueira. Somente com o México, as conversações para resolver questões fitossanitárias ocorrem há quatro anos. Preços e produtos Desde 2004, quando o País passou da condição de importador para exportador líquido desses produtos, os embarques vêm aumentando ano a ano. Um dos motivos é o aumento de demanda, sobretudo na Ásia. Com isso, os preços internacionais tiveram forte alta. O leite em pó, um dos mais exportados pelos brasileiros, estão cotados atualmente a US$4,40 mil a tonelada, segundo Maurício Palma Nogueira, consultor da Scot Consultoria. "Esse valor está mais baixo do que no ano passado nessa época, quando a tonelada valia US$5,60 mil. Mesmo assim, o preço atual ainda é quase o dobro da média histórica", avalia. Leite em pó e condensado, juntos, são os mais exportados pelo Brasil e representam cerca de 82% do total vendido ao mercado externo. Entre os maiores importadores dos produtos brasileiros estão a Venezuela, Argélia, Senegal e África do Sul, segundo a CBCL. A Venezuela e a Argélia estão entre os maiores importadores mundiais desses produtos, somados a China, Rússia e México. Palma Nogueira, da Scot, acrescenta que, embora as exportações estejam aumentando, o mercado interno remunera melhor nesse momento. No entanto, as indústrias não querem deixar de atender à demanda de clientes para não perder espaço no mercado externo. "Também há outro motivo, a produção será significativamente maior do que a demanda interna. Portanto, há necessidade de escoar produto via exportações", acrescenta Nogueira, da CBCL. Hoje o País exporta cerca de 4% do que produz. A CBCL reúne 118 cooperativas de produtores de leite, sendo que, em todo o País, 20 delas estão habilitadas para exportar. Mercado interno A média do litro do leite no mercado nacional, em maio, atingiu o patamar de R$0,74 - preço pago ao produtor. No ano passado, na mesma época, o litro valia R$0,60. Um dos motivos da valorização foi o aumento de captação, já que as indústrias estão investindo na ampliação de capacidade. No entanto, apesar da alta em relação a 2007, a tendência para o próximo mês é de leve queda em função do desaquecimento da demanda no mercado interno. "O preço deve cair um pouco por pressão de consumo. As vendas do longa vida desaceleraram", finaliza Palma Nogueira, da Scot. Fonte: Jornal DCI. Agronegócios. Por Érika Pólo. 30 de junho de 2008.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja