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Scot Consultoria

Gás natural é entrave para fertilizantes


Quarta-feira, 21 de maio de 2008 - 15h06

Enquanto a Petrobrás esbarra na baixa oferta de gás natural para retomar a produção de fertilizantes, a inflação das matérias-primas dos produtos utilizados nas lavouras brasileiras de milho e soja, entre janeiro de 2007 a maio de 2008, já ultrapassa 110%, de acordo com dados da Scot Consultoria. Como agravante a balança comercial brasileira no acumulado de maio aponta um aumento de 292,1% nos gastos com adubos e fertilizantes. Em razão da conjuntura de demanda e preço, a Petrobrás está revisando o plano que poderá contemplar novos investimentos no setor. De acordo com a companhia a divulgação do novo plano está prevista para julho. Apesar de a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA) ter produzido 295 mil toneladas de uréia em 2007, o maior volume dos últimos oito anos, a Petrobras não apresenta uma previsão de aumento para este ano. "A companhia tem interesse em retomar a produção de fertilizantes hidrogenados, mas esbarra na baixa oferta de gás natural. Com a entrada de produção de novos campos exploratórios, a estatal poderá voltar a produzir insumos agrícolas", disse Almir Guilherme Barbassa, diretor da Petrobrás. Atualmente está em curso um estudo de viabilidade de uma planta industrial de uréia e amônia no País (UFN-3) e outra de ácido nítrico na Bahia. A UFN-3 terá capacidade anual de 1 milhão de toneladas de uréia e 760 mil toneladas de amônia, usando gás como matéria prima. Na Bahia, está prevista a produção de 120 mil toneladas de ácido nítrica, destinada ao Pólo Petroquímico de Camaçari, com investimentos de US$ 115 milhões. A Petrobrás produz hoje no Brasil cerca de 50 milhões de m³ de gás natural, sendo que 28 milhões de m³ são comercializados e o restante de consumo próprio da companhia em suas operações ou reinjetados nos campos de petróleo. Ontem a Câmara Temática de Insumos Agropecuários, do Ministério a Agricultura, pediu que o convênio que reduz a carga tributária dos insumos considerados essenciais para a produção de alimentos, que vigora até o dia 31 de julho, seja prorrogado para 31 de dezembro. Produtor Preocupados com a escalada dos preços dos fertilizantes os produtores estão antecipando cada vez mais as compras do produto. No primeiro trimestre o volume entregue foi recordo: 5,4 milhões de toneladas. Hoje a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) deve divulgar o resultado do mês de abril. A expectativa é a de que esse volume seja ainda maior. "Esse aumento das compras na maior parte é fruto de uma antecipação que se deve, principalmente, pela expectativa de alta no preço do fertilizante e a rentabilidade com a venda das commodities", avalia Celso Antunes, secretário do Sindicato da indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs) que em abril registrou o consumo de 180 mil toneladas de fertilizantes no estado. Mesmo com as mais altas cotações os produtores de milho e soja são os mais preocupados no que diz respeito à aquisição de insumos. "Com reajustes de mais de 100% em alguns casos não existe preço histórico recorde que tranqüilize o produtor", afirma José Amaral, consultor da Scot. A relação de troca entre a soja e o Supre Triplo, que em janeiro estava abaixo de 33 sacas por tonelada, em abril chegava a 35 sacas por tonelada. O milho que, por sua vez, tinha a relação de troca negociada em janeiro a 35 sacas por tonelada no último mês ultrapassou 60 sacas por tonelada. A expansão da Petrobrás na área de fertilizantes é aguardada pelo setor produtivo que vê nessa retomada a principal forma de amenizar os efeitos do oligopólio no País. Outra proposta seria uma cota de insumos para pequenos agricultores. Viena Ontem teve início em Viena, na Áustria, a Conferência Anual da Associação Internacional da Indústria de Fertilizante (IFA). Na abertura do evento o presidente da entidade, Thorleif Enger, salientou que a distribuição subsidiada de fertilizantes ou outras contribuições devem ser canalizadas pelo setor privado e advertiu que a aquisição de grandes quantidades de fertilizantes poderia aumentar mais os preços, deslocando o problema de um país para outro. Fonte: Diário do Comércio e Indústria (DCI). Agronegócios. 21 de maio de 2008.
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