Apesar de a produção de leite ter aumentado em julho, o preço pago ao pecuarista subiu 12,55% na média nacional, mas as cotações do leite longa vida no atacado já começam a recuar, de acordo com levantamento da
Scot Consultoria. O produtor brasileiro recebeu em agosto, em média, R$0,749 pelo litro do leite entregue em julho, o maior valor (considerando os preços atualizados pelo IGP -DI) desde que a
Scot iniciou o acompanhamento, em março de 1998. No mês anterior, havia recebido, em média, R$0,666 por litro.
"Apesar de o volume ter aumentando, a demanda ainda era grande [em julho], disse
Cristiane Turco, analista da
Scot. Segundo ela, a disponibilidade de leite no mercado cresceu graças ao uso de silagem e concentrado na alimentação das vacas leiteiras no período de entressafra.
Conforme a pesquisa da
Scot, em julho, cerca de 59% dos laticínios brasileiros aumentaram o volume de leite captado; 19% tiveram captação estável e 22% registraram queda na captação.
Para a analista, a alta dos preços ao produtor começa a perder força. Um sinal é o comportamento das cotações no mercado spot (negociação entre indústrias) e no atacado de longa vida. A média no spot ficou praticamente estável em agosto, em R$0,95 por litro; tinha ficado em R$0,94 em julho.
De acordo com a analista, a estabilização dos preços do leite no spot ocorreu porque as empresas aumentaram a captação em julho e com isso demandaram menos nesse mercado onde ocorrem as negociações entre os laticínios.
O levantamento da
Scot Consultoria mostra ainda que os preços do leite longa vida no atacado caíram 8,61% em agosto ante julho, para R$1,86 por litro, por causa da oferta maior e também da queda do consumo no varejo em função da forte alta registrada nos últimos meses. Segundo a
Scot, foi a primeira queda no longa vida no ano.
Para o pagamento ao produtor em setembro - referente ao leite entregue em agosto - a perspectiva ainda é de uma pequena alta, disse
Turco. Mas depois, a expectativa é de estabilidade.
No mercado europeu, a tonelada do leite em pó caiu, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A cotação ficou entre US$5.200 e US$5.300 por tonelada, abaixo dos US$5.500 a US$5.600 da semana anterior. Conforme o USDA, a queda se deve à desvalorização do euro, relata
Cristiane Turco.
Fonte:
Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 29 de agosto de 2007.
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