Arrendamendo de indústrias pelo grupo Marfrig preocupa produtores do RS
Anunciado na terça-feira, o arrendamento pela Marfrig Alimentos de quatro unidades do frigorífico Mercosul no Estado – em Alegrete, Bagé, Capão do Leão e Mato Leitão – preocupa pecuaristas.
Apenas uma planta exportadora no Rio Grande do Sul (Frigorífico Silva, em Santa Maria) não ficará sob a batuta da gigante paulista, o que significa menos opções de venda.
Fornecedor de gado para o Mercosul há mais de 10 anos, César Monteiro, 50 anos, com propriedade rural em Alegrete e Uruguaiana, está apreensivo. Todo o gado ofertado para o Mercosul era absorvido, e a certeza da liquidez não é a mesma com o novo grupo:
– A Marfrig deve se abastecer no mercado que for mais vantajoso. Isso pode ser no Uruguai, na Argentina ou até no Norte do país.
Para Pedro Pífero, vice-presidente do Sindicato Rural de Alegrete (onde o Mercosul tem sua única planta habilitada para exportação no Estado), o arrendamento é visto como negativo:
– Agora, as exportações estão mais fracas. O produtor talvez sinta o prejuízo quando esquentarem novamente. Qualquer monopolização é ruim.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado, Ronei Lauxen, o processo prejudicaria pequenas e médias empresas. Analista de mercado da
Scot Consultoria, com sede em Bebedouro (SP),
Lygia Pimentel acredita que produtores do país inteiro podem sofrer com as últimas mudanças no setor. A fusão da JBS com a Bertin representa uma capacidade de abate de 19% no mercado nacional. A Marfrig agora eleva seu percentual para 11%, informa.
– Ou seja, apenas duas empresas vão concentrar 30% do abate de gado no país – conclui
Lygia.
Fonte:
Zero Hora. 24 de setembro de 2009
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>