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Scot Consultoria

China pode ser a saída para excedente de milho brasileiro


Terça-feira, 11 de maio de 2010 - 13h33

As cerca de 15 milhões de toneladas de milho excedente projetados para este ano no Brasil podem ganhar novos destinos. Segundo Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), a China tem intenção de importar o grão. “A China poderá viabilizar o milho do Paraná e do Rio Grande do Sul e o Mato Grosso pode suprir a demanda interna do País”, diz. Ainda de acordo com Silveira, países asiáticos e o Oriente Médio têm potencial para adquirir o produto brasileiro, mas o alto custo do frete e a falta de armazenagem no Brasil, principalmente em Mato Grosso, são os principais obstáculos. Soma-se a tudo isso, a sobrevalorização do real, que torna menos competitivo o milho nacional. “Precisamos de mais dez milhões de toneladas em capacidade de estocagem”, diz o presidente da Aprosoja. Para Rafael Ribeiro, zootecnista e analista da Scot Consultoria, outra solução para escoar parte do grão excedente seria o crescimento da suinocultura no País, que já sinaliza avanço. “O crescimento do setor pode ajudar a ajustar o mercado”, afirma. Segundo o analista, a tonelada de milho norte-americano é 46,67% mais barata que no Brasil. “Nos Estados Unidos a tonelada gira em torno de US$150, enquanto aqui sai a US$220”, afirma. João Carlos Werlang, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), considera ainda, como opção para atenuar os problemas enfrentados pelo produtor de milho brasileiro, a troca do grão por outra mercadoria no exterior, como, por exemplo, fertilizante. Desde a safra 2007/2008, segundo Ribeiro, os estoques de passagem têm aumentado, provocando dificuldade de armazenagem e de comercialização do produto a preços atrativos, pelo menos nos patamares do preço mínimo definido pelo governo federal. “Temos mercado lá fora. O governo (federal) precisa achar um mecanismo para aumentar exportação”, afirma Werlang. Ainda de acordo com o analista da Scot, os embarques de milho brasileiro estão em baixa. Se comparado ao mesmo período de 2009, este ano, o Brasil exportou um milhão de toneladas a menos. Segundo dados da Scot Consultoria, até agora foram embarcados 1,96 milhão de toneladas do grão, ante os 2,92 milhões no ano passado. Ainda de acordo com números da Scot, em 2010, o País entrou com estoque de passagem do produto em torno de 11 milhões de toneladas. “Hoje os estoques estão em seis milhões de toneladas”, observa Ribeiro. Para a safra verão está prevista uma produção de 33,9 milhões de toneladas e para a safrinha 20,2 milhões de toneladas. “Se subtrairmos do volume total o consumo interno aproximado de 45 milhões de toneladas teremos um excedente de pelo menos 15 milhões de toneladas de milho”, calcula o analista. Para Silveira, se o cenário de comercialização de milho não se desenrolar, o setor deve piorar a cada ano. “O produtor investe em tecnologia para aumentar a produtividade”, comenta. Já o presidente da Abramilho prevê para 2011 redução de área e produção. “O produtor está insatisfeito. Este poderá ser mais um ano sem renda e sem espaço para o milho”, afirma. O Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), de acordo com Werlang, pode contribuir para o setor, mas desde que seja direcionado para exportação. “O leilão de um estado para outro é uma solução paliativa. A solução seria Pep para exportação”, afirma. Preços Segundo Ribeiro, em alguns estados brasileiros, especialmente na Região Centro-Oeste, os preços têm sido até 40% menor que os praticado em 2009. “Em São Paulo, a saca de 60 quilos é comercializada a R$18,00, em 2009 estava cotada a R$21,00. Em Rondonópolis, a saca é vendida a R$10,00, no ano passado custava R$14,00.” De acordo com tabela da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atualmente o valor mínimo do milho está estipulado a R$17,46 para as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto Mato Grosso). Em Roraima e Mato Grosso a R$13,98, e nas Regiões Norte (exceto Roraima) e Nordeste a R$20,10, este último está previsto para entrar em vigor, em julho deste ano. Fonte: DCI. Agronegócios. Por Alécia Pontes. 11 de maio de 2010.
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