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Scot Consultoria

É possível trabalhar com vacas no cocho?

Entrevista com o consultor na Prohmann Consultoria Agropecuária, Paulo Emilio Prohmann

Terça-feira, 9 de maio de 2023 - 06h00
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Médico-veterinário pela Universidade Estadual de Londrina (1999), mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá (2002) e doutor em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá e University of Kentucky (2006). Ocupa o cargo de Diretor Secretário da Maria Macia Cooperativa Mista Agropecuária. É professor do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR). Atua como consultor agropecuário na Prohmann Consultoria Agropecuária, desenvolvendo projetos para suplementação de bovinos de corte em pastagens, semiconfinamento, confinamento, voltado à qualidade de carne e à seleção racial.


Scot Consultoria: Paulo, você é professor e consultor. É possível, portanto, de acordo com suas pesquisas, trabalhar num sistema de cocho com vacas e bezerros?

Paulo Emilio Prohmann: Este é um grande desafio, pois falamos de uma quebra de paradigma, que é trazer a vaca de cria para o cocho. Afinal, a vaca é o bovino “mais deficiente” e estamos falando de inseri-la no sistema mais caro, que é o cocho. Você deve estar pensando que essa mistura não vai dar certo e eu também pensava isso.

Mas é aquilo: tem que fazer conta. Tudo na vida precisa de conta. E, ao fazer, vemos que pode ser uma estratégia favorável. Na época em que o preço do bezerro explodiu e o criador tinha um ágio muito grande, você fazia conta e percebia que estava nas mãos do criador. O que faz parte, porque o criador estava no direito dele já que “apanhou” e “apanha” tanto do mercado. Só que isso chegava a quase inviabilizar os sistemas mais intensivos. Então pensamos que devíamos fazer o bezerro, mas não tínhamos mais área para isso. Então, por que não fazer o bezerro no cocho? Começamos a calcular e, de lá para cá, surgiu também o capiaçu¹, desenvolvido pela Embrapa há pouco tempo e era uma promessa de volumoso barato, o que nos ajudou bastante a viabilizar que as vacas fossem ao cocho, produzissem bezerros, ficássemos com os bezerros e driblássemos essa questão do ágio.

Scot Consultoria: Você foi nosso palestrante no Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria. Poderia deixar sua mensagem para os pecuaristas sobre o nosso evento?

Paulo Emilio Prohmann: O interessante é o produtor vir, escutar várias sugestões e possibilidades e ir incomodado para casa. Então ele vai atrás do que achou que faz sentido. Os eventos da Scot Consultoria mexem com o produtor. Portanto, ele deve vir e aceitar ser tocado para mudar seu negócio. E é como todos os palestrantes falaram: tem que intensificar, então ele precisa mudar, porque a lavoura está aí, as opções estão aí. Os eventos cumprem o que propõem: mexer com o produtor.

Capiaçu¹: Com o objetivo de oferecer alternativa para suplementação volumosa, a Embrapa desenvolveu a cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu, com elevado potencial de produção e bom valor nutritivo, visando a utilização na forma de silagem ou picado verde. A silagem da BRS Capiaçu constitui alternativa de fonte de suplementação volumosa barata e de boa qualidade para uso em sistemas de produção de leite e carne bovina e, também, para pequenos ruminantes (Embrapa).


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