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Scot Consultoria

Preço do leite pago ao produtor sobe pelo terceiro mês consecutivo


Sexta-feira, 4 de maio de 2018 - 14h00

Foto: Portal DBO

 


Sidnei Maschio: Rafael, o que aconteceu com o preço do leite pago ao produtor neste mês de abril recém-terminado?


Rafael Ribeiro: Os preços subiram pelo terceiro mês consecutivo. Os maiores aumentos ocorreram na região Sul do país e no Sudeste, onde o clima mais seco começa a prejudicar a qualidade das pastagens, além dos aumentos dos custos de produção.


Sidnei Maschio:  Que comparação temos que fazer para saber se este valor de agora está perto ou ainda está longe de representar a recuperação da renda do produtor de leite? 


Rafael Ribeiro: Um ponto fundamental é que os reajustes no preço do leite ao produtor nos últimos pagamentos ficaram acima das variações registradas para os custos de produção da atividade, o que representa uma melhoria da margem para o produtor.


Sidnei Maschio: E a respeito da produção, o que foi apurado nesta pesquisa do mês passado?


Rafael Ribeiro: O volume captado diminuiu 2,8% no país em março. Em abril, os dados parciais do Índice Scot Consultoria de Captação apontam para queda de 2,0% no volume de leite captado no país em abril, frente a março deste ano.


Sidnei Maschio: Contando do começo do ano para cá, de que tamanho foi a redução na entrega de leite para a indústria?


Rafael Ribeiro: Desde o pico de produção, em dezembro de 2017, o volume captado recuou 8,7%, segundo o indicador (média nacional).


Sidnei Maschio: Tem muita coisa contribuindo para a diminuição da produção de leite no país. Quais são os motivos principais dessa redução, Rafael?


Rafael Ribeiro: Primeiro o clima mais seco que afeta diretamente as condições das pastagens. No caso do Brasil Central e regiões Sudeste e sul, a situação já é de perda de qualidade e esta situação deverá se agravar daqui para frente. No caso do sul do país, a falta de chuvas afeta também a semeadura das pastagens de inverno.


Sidnei Maschio: O pasto está acabando e o milho está custando “os olhos da cara”. O que o produtor vai dar para vacada comer daqui para a frente?


Rafael Ribeiro: A expectativa para maio ainda é de mercado especulado e preços mais firmes. O principal fator é a falta de chuvas no Paraná e possibilidade de revisão da produção na segunda safra no estado. A alta do milho deu sustentação também para os preços do sorgo e polpa cítrica, ou seja, em curto prazo, não existe muita opção para o consumidor do cereal. Agora em médio prazo, com a colheita da segunda safra a expectativa é de quer os preços cedam.


Sidnei Maschio: Dá para esperar algum alívio no preço do milho a partir da colheita da segunda safra?


Rafael Ribeiro: Sim, além da colheita e entrada do milho “novo” é importante destacar os elevados estoques de passagem e a produção de verão que se somara ao volume colhido na segunda safra.


Sidnei Maschio: Além da despesa com a alimentação, como foi o comportamento do custo de produção em geral nas fazendas leiteiras brasileiras no mês passado?


Rafael Ribeiro: O Índice Scot Consultoria de Custo de Produção da Pecuária Leiteira teve alta de 1,2% em abril em relação a março. Foi o terceiro mês consecutivo de aumento no indicador. O aumento nos preços dos alimentos concentrados foi o que mais pesou na alta do índice.


Entrevistado:



 


Rafael Ribeiro de Lima, Zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria



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