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Scot Consultoria

Fique por dentro das expectativas para o boi gordo no final do ano e em 2018


Sexta-feira, 10 de novembro de 2017 - 18h00

Foto: Scot Consultoria

 


Sidnei Maschio: Hyberville, o que segurou o mercado e não deixou o preço do boi reagir em outubro?


Hyberville Neto: A oferta de gado confinado veio aumentando gradativamente, ao passo que a demanda não evoluiu. Além disso, tivemos a questão da paralisação das plantas da JBS em Mato Grosso do Sul, que trouxe teste ao mercado, mesmo que tenha sido revertida em poucos dias.


Sidnei Maschio: A reação que era para ter começado em outubro pode acontecer agora em novembro?


Hyberville Neto: Em novembro temos o pagamento da primeira parcela dos décimos terceiros salários, gerando mais dinheiro em circulação.


As contratações temporárias também são um fator positivo. Segundo expectativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC), teremos aumento nas contratações temporárias do varejo em 2017, depois de três anos de quedas, nas comparações anuais.


Sidnei Maschio: O que também apareceu pouco no mercado em outubro foi o gado terminado no confinamento. Será que essa oferta vai aumentar agora em novembro?


Hyberville Neto: Para novembro ainda devemos ter uma participação importante de gado confinado nas escalas, mas com as incertezas de 2017, não esperamos um volume grande, mesmo com a recuperação de atratividade observada depois de meados de julho.


Sidnei Maschio: Com o que tivemos de chuva até agora, pode acontecer algum atraso na chegada do gado de pasto ou ainda é muito cedo para fazer alguma previsão, Hyberville?


Hyberville Neto: Em diversas regiões do Brasil Central tivemos atrasos nas chuvas, o que deve atrasar a recuperação das pastagens e, consequentemente, o aumento da oferta de gado de pastagens.


Este é um fator positivo para os preços do boi gordo nos próximos meses, mas valorizações fortes não são esperadas.  


Sidnei Maschio: E em relação à exportação, Hyberville, podemos continuar contando com o mercado externo para ajudar a esvaziar pelo menos um pouco a geladeira do frigorífico?


Hyberville Neto: Em outubro tivemos bons volumes exportados, com aumento de 37,1% na comparação com outubro de 2016, considerando carne bovina in natura, industrializada e salgada. No acumulado do ano, até outubro, o aumento foi de 3,6%. Por outro lado, a Rússia acaba de impor restrições à carne oriunda de alguns frigoríficos, um fator negativo.


Sidnei Maschio: Como é que está hoje a margem de comercialização da indústria, Hyberville?


Hyberville Neto: Considerando a margem de comercialização de um frigorífico que realiza desossa, atualmente a margem está em 26,6%, frente a uma média de 18,4%, considerando o período desde meados de 2007.


Sidnei Maschio: O que vai acontecer com a oferta de gado para abate em dois mil e dezoito?


Hyberville Neto: Esperamos uma oferta de boiadas expressiva na safra, com uma parte da boiada que não foi confinada sendo terminada em pasto, além do cenário de retenção observado nos últimos anos, que deve fazer com que mais fêmeas sejam enviadas ao gancho.


Sidnei Maschio: O preço do boi gordo vai subir no ano que vem?


Hyberville Neto: Com uma oferta provavelmente confortável, a demanda deverá ditar o rumo do mercado. Mas mesmo que a demanda colabore, devemos ter um ano de preços comedidos, devido à oferta, principalmente de fêmeas.



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