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Scot Consultoria

A recria é o “cavalo arriado” que passa na frente do pecuarista todos os dias


Terça-feira, 21 de fevereiro de 2017 - 06h00

Foto: Antonio Chaker, durante o Encontro de Confinamento e Recriadores de 2016.


Batemos um papo com Antonio Chaker, da Inttegra, sobre as possibilidades de uma recria bem feita e os benefícios que a mesma traz ao pecuarista.


Antonio é zootecnista e mestre em produção animal pela Universidade Estadual de Maringá. É consultor sênior e atua há 15 anos em projetos de gestão. Atualmente coordena a equipe da Inttegra – Instituto Terra de Métricas Agropecuárias.


Ele será um dos palestrantes convidados para o Encontro de Recriadores da Scot Consultoria, que acontecerá no dia 4 de abril e na manhã do dia 5, no centro de eventos do Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto-SP.


Para mais informações, acesse www.confinamentoerecria.com.br ou ligue para 17 3343 5111.


Confira a entrevista na íntegra:


Scot Consultoria: Para iniciar nossa entrevista, gostaria que o senhor falasse um pouco sobre o que está preparando para o Encontro de Recriadores da Scot Consultoria?

Antonio Chaker: O foco da minha palestra será a intensificação da recria. Abordarei um pouco a questão do impacto da intensificação no lucro final da atividade, como isso interfere e quais as variáveis que devem ser consideradas no processo para que isso seja feito de uma maneira segura.
A ideia é realmente trabalhar em um nível que, entendendo que o objetivo final da fazenda é a geração líquida de caixa/ha (que é a taxa interna de retorno do fluxo de caixa da atividade), possamos usar mecanismos de nutrição e manejo que impactem tanto na taxa interna de retorno quanto na geração líquida de caixa. Os participantes poderão fazer essa leitura de uma maneira muito direta e clara e poderão fazer com que isso vire rotina dentro da fazenda. Explicarei todas as etapas, para que a implementação de qualquer tipo de tecnologia possa se tornar rotina, respeitando o estilo da equipe, a cultura da fazenda e assim por diante. Hoje, grande parte das fazendas experimentam o uso tecnológico, mas acabam se frustrando não pela tecnologia em si, mas sim pelas relações humanas envolvidas no uso da mesma, pois há falhas operacionais. A ideia é mostrar como isso pode interferir no lucro e como fazer isso dar certo, pois toda mudança traz riscos, então, explicarei como mitigar este fator.

Scot Consultoria:
O senhor concorda com a afirmação que, dentre as etapas do ciclo de produção, a recria é a que possui menor risco e o mais baixo custo financeiro?

Antonio Chaker: Sim, e também a maior margem. É o "cavalo arriado" que está passando e se o pecuarista não “subir”, não recupera. O produtor não pode errar. É a bola que está no pênalti e, às vezes, com um goleiro fraquinho. Em minha palestra abordarei a questão do lucro da fazenda e como a recria é o canal para o seu aumento. Durante muitos anos, a recria foi negligenciada, pois não existia uma conexão direta do resultado da taxa interna de retorno da recria sobre o resultado final. Geralmente, o foco é sempre onde há possibilidade de formação de caixa mais rápido (engorda).

Scot Consultoria: Muito se fala da falta de gestão e acompanhamento dos custos da propriedade. Pela sua experiência, você tem notado maior interesse por parte dos produtores na busca de especialização da “contabilidade” da fazenda?

Antonio Chaker: Está crescendo sim, é fato! Porém existe um método correto para geração dos resultados, que é o pecuarista ter a visão de caixa dependente. O maior risco da gestão é que, às vezes, o pecuarista demora muito mais tempo para conseguir os números do que para debater esses dados. O que precisamos é crescer esse índice cada vez mais, para que a relação seja o inverso, dessa maneira, o número se torna um aliado e não um peso.

Scot Consultoria: Busca por melhorias nos índices zootécnicos e venda estratégica de animais são as chaves para a melhora da rentabilidade na recria? Dê sua opinião sobre isso.

Antonio Chaker: O que muda a realidade toda é “dentro da porteira”, o que está dentro do alcance do produtor. No entanto, quando o pecuarista consegue, além disso, utilizar as ferramentas de comercialização, eu costumo brincar, “estamos com a faca, o queijo e a goiabada”. A ineficiência não é resolvida com uma estratégia de venda, e sim, potencializada. É necessário estar atento aos dois pontos, mas a estratégia comercial não “tapa o buraco” da ineficiência dentro da fazenda.

Scot Consultoria: Sucintamente, quais informações o pecuarista necessita ter domínio para conhecer o real custo da arroba produzida na fase de recria?

Antonio Chaker: Dois elementos chaves: o primeiro é o ganho de peso e o segundo é o desembolso cabeça/mês, que é composto pelos custos fixos (mão-de-obra, administração etc.), pelos custos variáveis (nutrição e sanidade, por exemplo) e, dentro desse componente, há o item “manutenções e investimentos”. Quando se pensa em desembolso, deve-se olhar para essas três grandes configurações, onde os custos diretos devem superar 50% dos indiretos. Basicamente, com duas variáveis, o ganho de peso médio e o quanto foi gasto com esse animal por mês, é possível obter tudo o que precisamos para uma análise.



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