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Scot Consultoria

As tendências de preços para o milho e a soja em médio e longo prazos


Quarta-feira, 4 de março de 2015 - 09h01

"A expectativa de menor produção de milho e soja nos Estados Unidos em 2015/16 é um fator de sustentação para as cotações no mercado internacional e brasileiro em médio e longo prazos" - essa é a opinião que zootecnista Rafael Ribeiro, consultor de mercado e responsável pelas divisões de grãos, insumos, pecuária de leite e avaliação e perícia da Scot Consultoria, expressou em entrevista.


O consultor Rafael Ribeiro fala sobre o mercado do milho e alimentos alternativos, tema que estará no Encontro de Confinamento da Scot Consultori


Rafael será um dos palestrantes do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria - recria e engorda, onde abordará o mercado de milho, soja e alimentos alternativos.


Veja o bate-papo entre o consultor e a organização do Encontro:


Scot Consultoria - O que esperar para os preços do milho para o médio e longo prazos? Será que mais uma vez, as expectativas e desenrolar do mercado ficarão por conta do desempenho e resultados da segunda safra (safrinha) de milho? Quais as previsões climáticas? Será que o melhor momento de compra do cereal já passou, em janeiro?


Rafael Ribeiro - No começo do ano, mesmo com a redução da produção na safra de verão, os preços do milho andaram de lado no mercado interno devido aos estoques elevados. Em fevereiro e março o mercado ganhou sustentação. Os atrasos no plantio da segunda safra, somados a expectativa de menor produção na safra de inverno deram sustentação aos preços. Fatores como a previsão de uma menor área plantada nos estados em 2014/2015, o dólar valorizado (que favorece as exportações), sem falar na greve dos caminhoneiros e bloqueios das rodovias também contribuíram para preços mais firmes.


Em março de 2015 o milho estava custando 10,8% menos na comparação com o mesmo período do ano passado, em valores nominais. Considerando os fatos e expectativas citados para a segunda safra no Brasil, os preços podem subir em médio e longo prazos. Neste caso, o primeiro trimestre foi o melhor momento para a compra do grão. O pecuarista precisa ficar de olho nos preços a partir de maio/junho, quando a colheita da segunda safra ganha força. A maior disponibilidade interna pode pressionar os preços para baixo.


Scot Consultoria - De que maneira a queda no preço do petróleo interfere no mercado de milho?


Rafael Ribeiro - A queda no preço do petróleo interfere diretamente na demanda por etanol de milho nos Estados Unidos. Ou seja, é possível uma menor demanda pelo grão por parte do setor de biocombustíveis, que demanda hoje por volta de 40% de todo milho norte-americano.


Scot Consultoria - Quais as expectativas para a produção de milho e soja nos EUA em 2015/2016 e de que maneira estes números interferem nos preços internacionais e Brasil?


Rafael Ribeiro - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou em fevereiro a primeira estimativa de produção de grãos no país na temporada 2015/16. No caso do milho, foram estimadas 345,33 milhões de toneladas na safra que começa a ser plantada a partir de abril deste ano, ante 361,10 milhões de toneladas colhidas em 2014/15. Para a soja, a projeção é de uma colheita de 103,40 milhões de toneladas, frente as 108,01 milhões de toneladas da safra atual, recorde. A expectativa de menor produção de milho e soja nos Estados Unidos em 2015/16 é um fator de sustentação para as cotações no mercado internacional e brasileiro em médio e longo prazos. O dólar valorizado em relação ao real e os atrasos na colheita da soja e plantio do milho de segunda safra no Brasil colaboram com um cenário de preços mais firmes.


Scot Consultoria - Quais as considerações para os alimentos alternativos em 2015, como o farelo e o caroço de algodão e a polpa cítrica?


Rafael Ribeiro - Para 2015, a previsão é de uma menor oferta de caroço de algodão e também de farelo de algodão. A área plantada com algodão no país deve ser 11,2% menor na safra atual (2014/2015). Além dos atrasos no plantio da soja, que interferem no plantio do algodão (segunda safra), em especial, em Mato Grosso, os preços baixos na temporada passada e o aumento dos custos de produção desestimularam os produtores. A polpa cítrica poderá ser uma alternativa ao pecuarista no caso de altas de preços do milho.


O Encontro acontecerá entre os dias 14 e 16 de abril em Ribeirão Preto-SP. No dia 17 de abril, haverá uma visita técnica opcional ao Confinamento Monte Alegre, em Barretos-SP.


Acesse o site www.encontroconfinamento.com.br, saiba mais sobre o evento e faça sua inscrição!



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