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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento entrevista o palestrante Moacyr Corsi


Quinta-feira, 7 de março de 2013 - 09h47


Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o tradicional Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada.


O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.


O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.


Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/


Um dos palestrantes será o engenheiro agrônomo Moacyr Corsi,  professor titular da ESALQ/USP, com ênfase em fisiologia de plantas forrageiras e produção animal em pastagens.


Sua palestra abordará a correção da fertilidade do solo, reforma e recuperação de pastagens, escolha das sementes e espécies para o sistema de produção e evolução a produtividade em sistemas intensivos de pastagens.


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.


Entrevista com Moacyr Corsi


Scot Consultoria: A forragem é a forma mais barata de alimentar o gado. Por que houve o advento da maior participação de grãos na dieta?


Moacyr Corsi: Essa evolução no sistema de produção era previsível, conhecendo a história de países que têm sua agricultura desenvolvida. Entretanto, em relação à pecuária brasileira, esta evolução está sendo executada de forma desequilibrada.


Scot Consultoria: Por quê?


Moacyr Corsi: A dieta com elevada participação de grãos tem como ponto forte o ganho de peso diário, enquanto o sistema baseado em pastagens tem alicerce na produtividade baseada no aumento da taxa de lotação durante o período das chuvas, com ganho de peso entre 0,8 a 1,0kg/cabeça/dia e taxa de lotação que pode atingir cerca de 10UA/ha. Esse sistema permitiria elevadas produtividades em áreas relativamente pequenas, comparadas às usadas atualmente na pecuária.


Desse modo, a área representativa de pastagens seria dedicada à agricultura, perfazendo a interação agricultura-pecuária. Essa equação não se resolve porque os pecuaristas não exploram o potencial de produção das pastagens tropicais uma vez que, para isso, é necessário corrigir a fertilidade do solo e conhecer o manejo do pastejo. Por falta desse conhecimento nossos sistemas de produção não conseguem nem a taxa de lotação nem os ganhos de peso, que giram ao redor de 0,8UA/ha e 420 gramas/cabeça/dia, respectivamente.


Evidentemente que, durante o período da seca, o excesso de animais mantidos nas pastagens durante o período das chuvas teria sua alimentação suplementada com grãos usados nos confinamentos ou sistemas de produção paralelos, como o semi-confinamento e a suplementação proteica e energética.


Se houvesse o equilíbrio desejado no sistema de integração entre as tecnologias da agricultura e da exploração das pastagens, a expansão da agricultura não provocaria redução do rebanho de bovino. Pelo contrario, permitiria aumento do rebanho devido ao uso de tecnologia na exploração das pastagens tropicais.


 


Scot Consultoria: De que forma a degradação de pastagens pode influenciar no confinamento?


Moacyr Corsi: Com os níveis atuais da produtividade da cria baseando-se na produção de bezerros de corte (excluindo os da produção leiteira) teremos um gargalo de produção quando os sistemas de recria e engorda promoverem a redução da idade de abate.


Considerando os índices zootécnicos médios da nossa pecuária de cria é possível determinar que a produtividade de bezerros seja de cerca de 0,2 bezerro/ha/ano.


O fator que mais limita essa produtividade de bezerros é a taxa baixa de lotação das nossas pastagens, por se encontrarem em constante degradação, que reflete na necessidade de reformas frequentes.


 


Scot Consultoria: Quantos anos, no mínimo, uma pastagem em boas condições de manejo deve durar?


Moacyr Corsi: Se o manejo for bem feito, considerando o controle de pragas, de doenças, de plantas invasoras e da fertilidade do solo, a pastagem terá longevidade eterna, se não houver adversidades climáticas extremas.


A cada ciclo de pastejo a pastagem se rejuvenesce através do perfilhamento. A ESALQ tem pastagens de capim elefante formadas em meados da década de 60 com produtividades melhores que as iniciais, quando foram implantadas, isto é, há cerca de 48 anos.


 


Scot Consultoria: Qual a melhor época do ano para realizar a reforma do pasto?


Moacyr Corsi: Se a reforma for feita em áreas que alagam, a melhor época seria no período seco, ou seja, a semeadura seria feita no pó. Essa pratica visa o estabelecimento das plantas forrageiras antes do encharcamento.


Em áreas inclinadas, que não permitem a adequada conservação do solo, a melhor época seria no final do período chuvoso, o que evita os perigos das erosões. Normalmente as semeaduras são realizadas nos meses chuvosos, respeitando-se as janelas de trabalho de cada tipo de solo e região.



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