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Scot Consultoria

Paulo Reimann - Gelita Americas


Quarta-feira, 2 de maio de 2012 - 16h05


Paulo Reimann é engenheiro químico formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui MBA Executivo pela North London Business School, Inglaterra. É responsável pelas operações da Gelita Americas no Brasil, México e Estados Unidos.





Scot Consultoria: Qual a posição do Brasil como produtor de gelatina? E quais são, no contexto internacional, os maiores produtores? O país é expressivo na exportação do produto?


Paulo Reimann: O Brasil segue expressivo nas exportações, porém, menos que antes. Não se trata de consumo interno e resultados da politica de inclusão social (que serviu e serve para automóveis, televisões e passagens de avião). O Brasil deixou de ser competitivo, mas principalmente por conta da concorrência. A indústria de gelatina nacional é feita de empresas maduras e sérias, é consolidada.


Atualmente são cinco, todas com expressão e padrão internacional. A inflação, custos de infraestrutura e câmbio volátil causaram um ajuste muito forte na indústria. Todos amadureceram e o foco é eficiência.


O Brasil é um importantíssimo produtor, mas a Europa, EUA e a China são tão importantes quanto o Brasil e a América do Sul. Moral da história: o conto dos recursos infinitos são finitos e a indústria adaptou-se a isto.


 


Scot Consultoria: Quais são os fatores que influenciam a produção de gelatina?


Paulo Reimann: A primeira grande influencia é a soberania do mercado. O resto é colateral. Existem indicadores importantes: tipo de curtimento (integral ou divisão - sendo que o integral é mais utilizado e gera menos matéria prima), abates dos animais. Porém, se não houver mercado de gelatina, inovação e investimentos na ponta do consumo, pode-se dividir ou abater todo o rebanho, o que não resolverá o nosso problema.


Hoje, a pressão custo é tão gigante (para não dizer) que o teto máximo foi alcançado. Não conseguimos mais repassar os preços aos clientes. Por exemplo, a cápsula farmacêutica, seja de ibuprofeno, genérico ou vitamina E, ficou tão cara que a volta pra outros mecanismos de apresentação já está sendo revista.


 


Scot Consultoria: Qual o desempenho esperado para o setor neste ano?


Paulo Reimann: As margens são abaixo da expectativa. Um empate técnico. Um misto de pressão de custos e preço de gelatina que atingiu seu limite. Ano passado foi ruim e este ano será igual. É um ciclo que pode ser longo (o que não é bom para ninguém).


 


Scot Consultoria: Quais são os principais entraves ao setor no mercado nacional e no internacional?


Paulo Reimann: Existem questões regulatórias que o Brasil tem de encarar. Nada de aqui pra fora. Tudo para dentro. O Ministério da Agricultura é mais lento que a nossa demanda. A questão da rastreabilidade ainda está empacada (porém será resolvida de forma que a cadeia de suprimentos tenha que se ajustar). A outra opção será descartar matéria prima e gerar passivo ambiental.


 


Scot Consultoria: Existe elasticidade renda na demanda pela gelatina?


Paulo Reimann: Não. Vários preços são regulados pelo Governo (farmacêuticos) ou existem substituições a preços mais competitivos (caseína, por exemplo).


 


Scot Consultoria: Qual o setor que mais absorve gelatina no Brasil?


Paulo Reimann: É o setor alimentício. Gomas, sobremesas e laticínios consomem 60%, enquanto o segmento farmacêutico representa 30%. O resto é formado por nichos ou utilização técnica. Saudabilidade é outra possibilidade. Porém, por definição, os substitutivos estão aí para serem aproveitados.


 



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