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Scot Consultoria

Gustavo Silva - Dow AgroSciences


Quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012 - 09h14

Gustavo Silva é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa/MG e responsável pela linha de forrageiras da Dow AgroSciences no Brasil , plataforma Convert® , composta por híbridos de braquiária e materiais específicos para silagem (sorgo/milho). Scot Consultoria: Como se comportou o mercado de sementes de capim em 2011 e o que esperar para 2012? Gustavo Silva: Em geral o mercado de sementes de capim foi marcado por uma maior produção, a qual foi beneficiada pelas excelentes condições de clima (colheita/plantio). No nosso caso, a produção do híbrido de braquiária (Convert® HD364), superou em torno de 40% a produção inicial estimada para a safra 2010/2011. A semente entregue pelo produtor apresentou melhor padrão de qualidade (pureza e germinação). Acredito que houve um aumento da área de plantio de campos de produção das principais forrageiras na safra 2010/2011, mas apesar do aumento da oferta não percebemos redução de preço no varejo (R$/kg pago pelo pecuarista). Enxergo que a nutrição animal será a próxima onda da pecuária e a forrageira será cada vez mais uma ferramenta de estratégia de produção dentro da propriedade, pois o pecuarista irá buscar novas opções/tecnologias visando o aumento da produtividade por área e para 2012 essa tendência irá se fortalecer no mercado. Scot Consultoria: A produção de sementes suprirá a demanda nesta safra? Gustavo Silva: Para 2012, acredito que irá ocorrer uma manutenção e/ou até uma redução das áreas de plantio das principais variedades tentando equilibrar mais a oferta para a nova safra (2011/2012), mas atenderá a demanda. A demanda por sementes tende a aumentar visto que a intenção do pecuarista em reforma pasto poderá ser superior à média que considerávamos até hoje (2,5-5% a.a). Scot Consultoria: O que se espera para os preços das sementes? Gustavo Silva: Muito cedo para falarmos, mas diante do cenário atual, acredito que irá ocorrer uma maior pressão no preço diante da oferta de sementes no mercado. Algumas variedades irão apresentar alta de preço (Ex. B.humidicola, devido à oferta e produtividade). Scot Consultoria: Qual o impacto das sementes no custo de produção do pecuarista? Gustavo Silva: O impacto do custo da semente é baixo pensando na reforma da pastagem variando por espécie de forrageira, mas o maior peso no custo ao produtor é a parte que envolve o preparo do solo (aração/gradagem). Estimo que essa ação componha 60% do custo da reforma. Scot Consultoria: E como andam as exportações brasileiras de sementes de capim? Gustavo Silva: O Brasil é o maior exportador de gramíneas forrageiras tropicais. As exportações no ano passado apresentaram uma redução em torno de 7,5%, sendo São Paulo o principal exportador, responsável por 69% dos embarques, seguido por Goiás, com 26%. No nosso caso, estamos produzindo sementes do Convert® HD364 para atendermos o mercados explorados pela Dow AgroSciences do Cone Sul (Argentina/Bolívia/Paraguai/Uruguai). Scot Consultoria: O mercado de sementes híbridas de capim está em expansão na América do Sul. E no Brasil, como se caracteriza este mercado? Quais os benefícios que este tipo de capim possui frente às variedades comuns? Gustavo Silva: O mercado de sementes híbridas é um grande desafio para a pesquisa e os programas de melhoramento/hibridação. Se considerarmos o gênero Brachiaria, se torna mais difícil pela característica apomítica das plantas. Temos atualmente materiais exclusivos que a Dow AgroSciences vêm desenvolvendo (Ex: Conver t®HD364 = Brachiaria híbrida cv. Mulato II), fruto de acordos globais feitos entre a Dow e terceiros (Grupo Papalottla, do México), e também com destaque para o CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), com sede na Colômbia, que vêm desenvolvendo pesquisas nessa linha com o objetivo de introduzir esses híbridos de braquiária no mercado. O objetivo do acordo com o CIAT é desenvolver, produzir e comercializar híbridos de braquiária, que é o principal gênero utilizado nos mercados do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Os híbridos combinam as melhores características de diversas espécies de braquiária em cultivares isolados. O principal diferencial dos híbridos de braquiaria, por exemplo o Convert®HD364 (B. decumbens x B.ruzizienses x B.brizantha), em um comparativo com cultivares comuns, é a melhor qualidade nutricional frente a outras gramíneas tropicais, apresentando elevados níveis de proteína bruta, aliado à maior digestibilidade, maior tolerância a períodos secos e ao ataque de cigarrinhas das pastagens, o que resulta em maior produtividade e propicia aumento da capacidade de suporte das pastagens. Isso reflete em maior produção de carne e leite aos pecuaristas de cada segmento. Quando a Dow AgroSciences introduziu os híbridos tropicais de braquiária durante o período de plantio de 2010, pecuaristas de toda a América Latina tiveram acesso à genética mais produtiva como parte de seu programa total de pastagens. Esses híbridos têm qualidade forrageira, rendimento e adaptação superiores, que se traduzem em melhores produtividade e lucratividade para os produtores de leite e de carne.
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