Com uma área de produção crescente nas últimas 19 safras, 2025/26 deve atingir 48,9 milhões de hectares. Área 2,4 vezes maior que há 20 anos.
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A safra de soja 2025/26 está praticamente semeada, com 94,1% da área total programada (48,9 milhões de hectares) já semeados até 13/12/2025 (Conab) – atraso de 2,7 pontos percentuais (p.p.) frente a safra anterior, mas 3,5 p.p. acima da média das últimas cinco safras.
A área semeada deverá crescer 3,4%, puxando o crescimento da produção, com projeção de aumento de 3,3% - totalizando 177,1 milhões de toneladas, recorde! A produtividade deve se manter praticamente estável, com 3.620kg/ha (ou 60,3 sacas/ha).
O aumento de área está previsto para todos os estados produtores brasileiros, com exceção do Ceará (com redução de 5,3% das áreas cultivadas, atingindo 3,6 mil hectares – área relativamente irrelevante para a cultura). Os demais 21 estados produtores terão aumento na área semeada.
O destaque, naturalmente, é a região Centro-Oeste, maior produtora da oleaginosa, onde a projeção é de aumento de 3,2% na área, a estimativa é de que 22,7 milhões de hectares sejam semeados, representando 46,5% da área nacional. Mato Grosso do Sul é o estado que mais deve avançar em área semeada na região – 5,5%.
Esse aumento de área deverá compensar a redução de produtividade, que, após recorde no ciclo 2024/25, deve recuar 2,4% no Centro-Oeste, levando a uma produção estimada de 84,5 milhões de toneladas para 2025/26.
O destaque positivo fica para a região Sul do país, que após anos de problemas climáticos e perdas de produtividade e produção, deve viver um ano de recuperação – estimativa de aumento de 15,2% na produção, estimada em 45,9 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul deverá carregar a maior parte desse aumento.
Atenção ao clima nos próximos meses, que será fundamental para a consolidação das projeções.
O preço da soja não deve ter grande sustentação em 2026. O estoque final, como consequência do recorde produtivo em 2024/25, deverá crescer.
Para o próximo ciclo, confirmado o novo recorde, a demanda será fundamental para diminuir quedas expressivas aos preços – por ora, o quadro é favorável. A expectativa é de aumento de 1,4% no consumo doméstico e de 4,8% na exportação.
Apesar da expectativa de maior demanda, os estoques para o fim do ciclo 2025/26 deverão ficar acima dos estoques no ciclo 2024/25 – quadro que indica um ano, talvez, sem muitas emoções para os preços da soja.
Tabela 1.
Balanço de oferta e demanda, de soja em grãos, em mil t.
| Safra | Estoque inicial | Produção | Importação | Suprimento | Consumo | Exportação | Estoque final |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 2024/25 | 7.231,3 | 171.480,5 | 900,0 | 179.611,8 | 62.209,8 | 106.969,5 | 10.432,5 |
| 2025/26 | 10.432,5 | 177.123,6 | 500,0 | 188.056,1 | 63.134,8 | 112.005,0 | 12.916,2 |
Fonte: Conab.
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