O momento é o mais adequado para a compra de herbicida. Mas, como está o poder de compra do pecuarista?
Foto: Bela Magrela
Setembro marca o equinócio, no dia 22, com o fim do inverno e início da primavera.
O período é de mudanças climáticas marcantes, com o fim da seca na maioria das regiões do Centro, Norte e Oeste do país, aumento das horas de luz (fotoperíodo) e elevação das temperaturas e da umidade relativa do ar.
A chegada das primeiras chuvas é esperada e o período caracteriza-se como chave para a aplicação de herbicidas em pastagens, por conta das alterações fisiológicas das plantas.
Do ponto de vista das plantas daninhas, a janela de aplicação para seu controle é relativamente ampla, iniciando após algumas semanas das primeiras chuvas, em setembro/outubro em algumas regiões, ou até novembro/dezembro em outras, onde o início das chuvas é tardio, indo até o início do outono, em março ou até abril.
Ou seja, respeitadas as condições climáticas, tem-se uma janela de aplicação de até seis meses. Entretanto, considerando a planta forrageira, essa janela é menor e deve levar em consideração a estacionalidade da produção forrageira.
A partir de setembro, o acúmulo de forragem aumenta.
Figura 1.
Precipitação acumulada (mm), no eixo da direita, e acúmulo de forragem (kg de MS), no eixo da esquerda.
Fonte: Embrapa / INMET
Em uma pastagem livre de plantas invasoras e com pleno potencial produtivo, o momento ideal para o manejo de plantas daninhas fica bem definido: deve ocorrer no início do período das águas. Nessa fase, a forrageira encontra as condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento e, sem a competição por água, luz, nutrientes e, sobretudo, espaço, pode expressar ao máximo sua capacidade de produção.
A Scot Consultoria monitora regularmente os preços dos defensivos agrícolas em diferentes regiões do país. Consideraremos agosto como o período de compra.
O mercado de defensivos químicos viveu forte incremento de preços durante a pandemia (2019-2021), com redução de oferta de matéria-prima, aumento da cotação do dólar e uma demanda sustentada.
Após esse período, o mercado acomodou-se. A oferta de matéria-prima se normalizou, e a demanda esteve contida entre 2022 e 2024, com a cotação da arroba do boi gordo pressionada e margens da agricultura apertadas.
Em 2025, a demanda melhor e o câmbio elevado sustentaram os preços, que, em agosto, subiram em relação a agosto de 2024.
Consideramos o preço médio de um produto comercial à base do ingrediente ativo 2,4D, comumente utilizado no controle de plantas invasoras em sistemas de produção de pastagens tropicais.
Em 2025, o poder de compra do pecuarista é de 9,9 litros por arroba de boi gordo. Em 2024, neste mesmo período, o poder de compra esteve em 10,9 litros.
Apesar da queda no poder de compra na base anual, a relação é a terceira melhor desde 2020. Veja na figura 2.
Figura 2.
Litros* de defensivo à base de 2,4D por arroba de boi gordo, no Centro-Sul.
*considerando as médias de preços em agosto de cada ano.
Fonte: Scot Consultoria
Considerando o início do período das águas e o momento favorável da relação de troca, o posicionamento estratégico para o manejo da pastagem está acontecendo, equinócio.
E, para saber mais sobre o manejo da pastagem e tendências do mercado, participe do Encontro de Intensificação de Pastagens (EIP), que ocorrerá entre 24 e 25 de setembro de 2025. Para maiores informações – acesse.
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