O ganho de competitividade do óleo de amendoim em relação a outros óleos comestíveis tem estimulado a exportação.
Foto: Unsplash
A exportação de óleo de amendoim foi recorde no primeiro semestre, tanto em volume quanto em faturamento. O volume embarcado atingiu a marca histórica de 76,1 mil toneladas, um salto de 136,2% em comparação com a primeira metade de 2024 (figura 1).
O faturamento free on board (FOB) acompanhou a tendência de alta, crescendo 111,5% e totalizando US$120,9 milhões. O preço médio ficou em aproximadamente US$1,5 mil por tonelada.
Figura 1.
Exportações de óleo de amendoim: comparativo anual do 1o semestre (volume e faturamento).
Fonte: Secex / Elaborado por: Scot Consultoria
O principal fator do bom desempenho foi a exportação para a China, que concentrou 84,3% dos embarques e aumentou suas compras em 308,3% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse movimento foi influenciado pelo ganho de competitividade do óleo de amendoim. Uma maior oferta ocorreu devido a safra recorde no Brasil em 2024/2025, que atingiu 1,18 milhão de toneladas, pressionando as cotações, cujo preço médio no primeiro semestre caiu para US$1,59 por quilo, uma queda de 11,7% em comparação com o mesmo período de 2024.
Essa vantagem foi amplificada pela perda de competitividade dos óleos concorrentes: o de canola sofreu com uma tarifa chinesa de 100% sobre o produto canadense, enquanto o de soja se manteve caro devido à forte demanda para biodiesel. Essa conjuntura tornou o óleo de amendoim brasileiro uma alternativa para compradores chineses diversificarem e garantirem estoques de óleos comestíveis.
Pelo lado da sustentação dos preços:
As tarifas chinesas de 100% sobre a canola canadense estão em vigor, o que deve manter a China comprando óleo de amendoim brasileiro - podendo, inclusive, pagar mais para garantir o abastecimento, evitando assim quedas acentuadas nos preços.
Além disso, o aumento da demanda por óleo de soja para a produção de biocombustíveis pode contribuir para manter o óleo de amendoim como uma alternativa, especialmente enquanto os preços do óleo de soja se mantiverem.
Pelo lado dos fatores baixistas:
O USDA projeta um aumento nos estoques de óleo de amendoim para a safra 2025/2026, assim como um crescimento da produção. A produção para a safra 2025/2026 está estimada em 6,28 milhões de toneladas, aumento de 0,7% em relação à safra 2024/2025.
Além disso, os preços do amendoim em grão têm se mantido em queda. Apesar dos volumes exportados no primeiro semestre terem sido 12,9% maiores aos de 2024 na comparação feita semestre a semestre, o faturamento FOB foi 5,4% menor no mesmo período, o que indica preços frouxos para a matéria-prima.
Dessa forma, enquanto o óleo de amendoim continuar sendo uma alternativa viável frente a outros óleos, os preços devem se manter firmes.
<< Notícia AnteriorReceba nossos relatórios diários e gratuitos