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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - Perspectivas para o mercado de café em 2024


Segunda-feira, 15 de abril de 2024 - 06h00


Artigo originalmente publicado na revista Coopercitrus.


O Brasil é o principal produtor e exportador mundial de café arábica e o segundo produtor de café conilon, atrás somente do Vietnã, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).


Na safra 2023/2024, considerando as duas variedades, a produção foi de 55,07 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB).


A safra 2024/2025, cuja colheita começará, será de bienalidade positiva, e a expectativa é de produção recorde – 58,08 milhões de sacas, alta de 5,0% em relação à safra passada.


Dessa produção, a expectativa é de que 40,74 milhões de sacas de café arábica sejam produzidas, o que representa 70,0% da safra nacional, e, 17,34 milhões de sacas de café robusta, que correspondem a 30,0%.


Estima-se que na safra 2024/2025, os cafezais ocupem 2,2 milhões de hectares, crescimento de 2,2% em relação à área da safra anterior.


Minas Gerais e São Paulo são os principais produtores do arábica. Na atual safra, Minas Gerais responde por 39,0% da área.


A produção de conilon se concentra no Espírito Santo e em Rondônia.


A produtividade média para a safra 2024/25 está estimada em 30,3 sacas por hectare (arábica / robusta), aumento de 3,0% em relação às 29,4 sacas de produzidas na safra passada.


A produção crescente é reflexo dos investimentos realizados por boa parte dos cafeicultores, entretanto os efeitos climáticos e a bienalidade positiva são fatores determinantes para altas produtividades.


Os preços do café dispararam nos últimos meses (figura 1), com destaque ao preço do robusta, o que deu sustentação à cotação do café arábica.


Figura 1.
Preços do café arábica em São Saulo e do café conilon no Espírito Santo, em R$ por saca de 60 quilos, em valores nominais.

Fonte: Cepea / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Café arábica

No primeiro trimestre de 2024, a saca de 60 kg ficou cotada, em média, em R$1.004,91, queda de 8,0% em relação à média de preços para o mesmo período de 2023.


Figura 2.
Indicador Cepea/Esalq mercado físico café arábica, por saca de 60 kg líquido, bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor, valor em R$, descontado o prazo de pagamento pela taxa da NPR, posto-praça da cidade de São Paulo (média mensal).
Fonte: Cepea / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Mesmo com a queda das cotações em relação ao mesmo período do ano passado, os preços estão interessantes ao cafeicultor, principalmente com a redução nos custos de produção.


A colheita da safra brasileira, com destaque à de café arábica, começará a partir de abril.


A expectativa é de que, à medida em que a colheita se intensifique nesse segundo trimestre o mercado possa sofrer pressões baixistas – mas, atenção à oferta de conilon no mundo, que poderá limitar a pressão.


Café conilon

A média de preços da saca de 60 kg de café conilon, no primeiro trimestre de 2024, ficou em R$830,48, a referência está 19,0% maior em relação à média para o mesmo período de 2023.


Figura 3.
Indicador Cepea/Esalq mercado físico café conilon, por saca de 60 kg líquido, valor descontado o prazo de pagamento pela taxa da NPR, no Espírito Santo (média mensal).



Fonte: Cepea / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


O preço da saca do café conilon foi recorde no primeiro trimestre de 2024, a alta está relacionada, principalmente aos estoques baixos, que estão próximos aos menores patamares históricos.


Além dos estoques baixos, há a expectativa de menor produção na Ásia, principalmente no Vietnã, maior produtor de café conilon do mundo, em função das adversidades climáticas ocasionadas pelo fenômeno El Niño.


Os conflitos geopolíticos na região do Mar Vermelho, principal rota de escoamento do café destinado à Europa, também colaboraram com a alta, com instabilidade nas negociações com os países compradores, que tem buscado o café brasileiro como alternativa.


Perspectivas para 2024

O Brasil exportou 3,961 milhões de sacas de 60 kg em janeiro de 2024, crescimento de 39,0% ante mesmo período de 2023 e, recorde para o início de um ano. O cenário exportador é promissor, principalmente em função da expectativa de estoques finais menores no mundo.


Nos últimos anos, impulsionados pelos melhores preços, o cafeicultor brasileiro, mais capitalizado, investiu em renovação de cafezais e expansão da área plantada. Resultado disto foram as produtividades crescentes nas últimas safras.


Para o café arábica, mesmo com a pressão sobre os preços comparado com o mesmo período de 2023, a expectativa é de margens positivas.


Em relação ao café conilon, a menor produção nos países asiáticos, aliada à instabilidade instaurada na região do Mar Vermelho, proporciona um cenário de maior procura por outros fornecedores dos países compradores, principalmente europeus, trazendo expectativas positivas ao mercado brasileiro, em meio a um recorte de preços firmes.



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