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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - Transações comerciais entre Brasil e China poderão ser realizadas em yuan


Quinta-feira, 27 de abril de 2023 - 06h00

Foto: Scot Consultoria


Foi realizado em 29 de março o Simpósio de Negócios China-Brasil, em Pequim, evento que contou com mais de 500 empresários e autoridades de ambos os países.

Durante o evento foi anunciada a abertura de uma “clearing house” (câmara de compensação), que é uma instituição bancária que possibilita o fechamento de negócios e a concessão de empréstimos entre os países sem passar pelo dólar norte-americano.


No final de janeiro, o Banco Central do Brasil e o Banco do Povo da China (People’s Bank of China) haviam assinado um Memorando de Entendimentos, primeiro passo para um contrato mais elaborado que será celebrado futuramente, visando disponibilizar serviços financeiros para o mercado e negócios na moeda chinesa, renminbi (RMB), conhecido popularmente como yuan.


A câmara de compensação possui liquidez na moeda chinesa para realizar a compensação das divisas em tempo real sem a utilização do dólar norte-americano, agilizando e reduzindo o custo da transação.

De acordo com o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), existem câmaras de compensação de yuan em 25 países, inclusive nos Estados Unidos. Na América do Sul, somente Argentina e Chile possuem esse tipo de serviço financeiro.


A política externa e financeira do governo chinês tem trabalhado para aumentar a circulação do yuan e reduzir a dependência do dólar dos Estados Unidos.


A Rússia já utiliza esse sistema em seus negócios com a China e, recentemente, Vladimir Putin declarou que 75% do volume negociado já é feito em rublo ou yuan.


O governo da Arábia Saudita declarou estar disposto a debater a utilização de outras moedas além do dólar para negociar seu petróleo.


A expectativa é de que o instrumento comece a funcionar no Brasil a partir de julho e o uso será facultativo.

Para terminar elencamos as vantagens e desvantagens da adoção da câmara de compensação


Vantagens


Redução da taxa de câmbio: como não há a necessidade da conversão do real para dólar e posterior conversão de dólar para yuan, o gasto com taxas de câmbio é reduzido.


Aumento do comércio: a redução das taxas e a facilidade de transações entre as moedas deve incentivar os negócios entre os países.


Melhor relação diplomática: a utilização da transação direta entre as moedas gera maior confiança entre, fortalecendo as relações diplomáticas.


Desvantagens


Pouca liquidez: a disponibilidade e liquidez são menores quando comparado ao dólar norte-americano.


Risco cambial: em época de instabilidade econômica, como a que estamos vivenciando, há um risco cambial maior na negociação direta de moedas.


Menor poder de negociação: os negócios com a China em termos favoráveis para o Brasil podem ficar difíceis sem a utilização da moeda norte-americana.


Menor cobertura: o dólar norte-americano é a principal moeda utilizada nos mercados financeiros e na maioria das ferramentas utilizadas para se proteger de riscos cambiais, a utilização de moedas próprias pode limitar a utilização dessas ferramentas de proteção.


Bibliografia


https://exame.com/economia/brasil-e-china-avancam-em-acordo-para-comercio-sem-o-uso-do-dolar/


https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/03/29/como-brasil-e-china-pretendem-fechar-negocios-sem-usar-dolar-americano.ghtml


https://www.cnnbrasil.com.br/economia/operacoes-comerciais-entre-brasil-e-china-sem-uso-de-dolar-devem-ter-inicio-em-julho/


https://www.moneytimes.com.br/brasil-e-china-desviam-do-dolar-e-vao-fazer-negocio-sem-passar-pela-moeda-dos-eua-entenda/


https://www.canalrural.com.br/noticias/economia/brasil-china-acordo-libera-transacoes-sem-dolar-ha-vantagens-e-desvantagens/


https://www.imf.org/-/media/Files/Publications/WP/2023/English/wpiea2023077-print-pdf.ashx



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