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Scot Consultoria

Carta Leite - Chuvas e o mercado do leite no final de 2020


Segunda-feira, 23 de novembro de 2020 - 15h00


Outubro foi mais um mês de alta no preço do leite pago ao produtor, referente à produção de setembro.


O aumento foi de 1,9% em relação a setembro e, em relação a outubro/19, na média dos dezoito estados monitorados pela Scot Consultoria, o incremento foi de 33%. Foi o quinto mês consecutivo de alta.


O volume captado (média nacional) caiu 0,5% em setembro/20, Normal Climatológica comparação feita mês a mês, e foi 2,4% menor que em setembro de 2019. A oferta ajustada e a concorrência entre as indústrias mantiveram os preços em patamares elevados.


Já em outubro/20, o volume captado aumentou, em média, 2,2% frente a setembro, porém, na comparação anual, o volume foi 1,9% menor.


Chuvas em setembro e outubro

O atraso no início da estação chuvosa este ano afetou a produção no Brasil Central e na região Sudeste.


Já a partir de meados de outubro, as chuvas foram mais regulares e distribuídas, o que influenciou na melhora da captação naquele mês. Veja na figura 1 os desvios de chuvas em setembro e outubro em relação à média histórica (Normal Climatológica).


Figura 1. Anomalias (desvios) de chuvas no Brasil em setembro e outubro/20, frente à Normal Climatológica, em milímetros.



Fonte: INPE/CPTEC


Com a produção leiteira aumentando no Centro-Oeste e Sudeste do país, para o pagamento de novembro, o viés é de baixa sobre o preço ao produtor, com 53% dos laticínios consultados pela Scot Consultoria apontando para queda. Nas regiões mais afetadas pela seca e, consequentemente, com atrasos na rebrota do capim e incrementos menores na produção, a tendência é de estabilidade ou quedas mais comedidas nos preços aos produtores em novembro.


Chuvas nos próximos meses

As chuvas têm sido mais regulares em novembro, mas ainda assim estão abaixo da média histórica na maior parte do país (figura 2).


Figura 2. Anomalias (desvios) de chuvas no Brasil em novembro/20, frente à Normal Climatológica, em milímetros, até 16/11.



Fonte: INPE/CPTEC 


Para dezembro, janeiro e fevereiro, nas regiões Norte e Nordeste a previsão indica chuvas próximas à média ou acima delas na maioria das localidades, exceto na região central do Nordeste, onde as chuvas previstas permanecerão abaixo da média (figura 3).


Já na região Centro-Oeste, haverá predomínio de chuvas abaixo da Normal Climatológica em Goiás e oeste do Mato Grosso do Sul.  


As chuvas permanecerão acima da média em grande parte da Região Sudeste, exceto em Minas Gerais, onde serão abaixo da média.


Na região Sul, as previsões climáticas indicam que as chuvas serão abaixo da média em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.


Figura 3. Previsão de anomalias (desvios) de precipitação do modelo estatístico do INMET para o trimestre (dez/jan/fev).



Fonte: INPMET


O fenômeno La Niña, que deve ser um dos mais intensos dos últimos 20 anos, também corrobora para o aumento das temperaturas em todo o país e intensificação da redução das chuvas no Centro-Sul, principalmente no Sul do país.


Oferta e demanda

De maneira geral, a demanda por lácteos foi positiva até setembro e em outubro apuramos maior dificuldade de escoamento na ponta final da cadeia, devido à elevação de preços dos produtos lácteos no mercado interno e redução do valor pago através do auxílio emergencial.


Nesse sentido, em novembro, na primeira quinzena, o atacado registrou aumento dos preços e o varejo ligeiras quedas, reflexo da margem menor observada no atacado.


Com o aumento da produção leiteira em outubro devido ao aumento das chuvas, os preços no mercado spot começaram a cair, evidenciando o melhor fornecimento de matéria-prima às indústrias, fato que afrouxou os preços no atacado em outubro.


Para os próximos meses, tipicamente, o escoamento na ponta final da cadeia diminui, principalmente de leite fluido e leite em pó, devido às festas de fim de ano e férias. Esses fatores e o aumento da produção na maior parte do país, levam à tendência de queda nos preços no atacado e varejo. 



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