Os abates de bovinos somaram 16,9 milhões de cabeças, nos primeiros seis meses de 2014 (IBGE*), considerando os que ocorreram sob algum tipo de inspeção (municipal, estadual ou federal).
Esse número representa um aumento de 1,3% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, quando foram para o gancho 16,7 milhões de cabeças.
O acréscimo ocorreu devido ao incremento da oferta de machos, que aumentou 2,5%, frente ao mesmo período de 2013. Veja a figura 1.
Este aumento da disponibilidade de boiadas foi decorrente da redução dos abates de fêmeas ocorrido entre 2006 e 2010, que aumentou a produção de bezerros. A produção maior é resultado das vacadas retidas naquele período.
Com isto, as vendas aumentaram e os preços cederam em 2012. Em 2013, apesar de oferta ainda crescente, o consumo foi bom e os preços subiram.
Mesmo com estímulo à cria, devido aos preços em alta, a participação de fêmeas nos abates se manteve em alta naquele ano. Veja a figura 2.
Em 2014, após a grande quantidade de matrizes que foi para o gancho nos anos anteriores, a participação de fêmeas e o aumento dos abates estão mais comedidos.
Expectativas
Enquanto entre os primeiros semestres de 2012 e 2013 o incremento dos abates foi de 12,3%, este ano o aumento foi de 1,3%, com estabilidade da oferta de fêmeas (-0,05%).
Ou seja, os preços firmes dos bovinos para reposição têm estimulado a produção destas categorias, o que gera diminuição do descarte de fêmeas.
Este processo estimula a firmeza do mercado em curto prazo, pois são menos fêmeas abatidas, com menor produção de carne.
Em alguns anos, no entanto, a disponibilidade de bezerros e de animais terminados deverá aumentar, o que fará com que o cenário de preços mais frouxos do ciclo pecuário seja retomado.
A expectativa para 2015 é de mais um ano de preços firmes, devido à retenção de fêmeas esperada. De toda forma, o consumo merece atenção.
*IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
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