O estoque de carne bovina nos EUA segue em queda e, em junho, alcançou o menor patamar de 2025, além do mais baixo para o período do ano desde 2019.
Os norte-americanos dependem da importação de carne bovina para atender à demanda doméstica do país.
O fato é que o estoque de carne bovina nos EUA, em junho de 2025, foi de 184,9 mil toneladas – o menor patamar para um mês de junho desde 2019, como mostra a figura 1.
Figura 1.
Estoque de carne bovina dos Estados Unidos em junho, em mil toneladas.
Fonte: USDA / Elaboração Farmnews
É interessante observar que o estoque vem caindo ao longo dos anos, com os volumes máximos atingindo patamares cada vez menores (figura 2) e os mínimos registrando valores progressivamente mais baixos.
E, como temos comentado, desde o final da primeira quinzena de julho o mercado do boi gordo recuou tanto no físico quanto no futuro, com ambos atingindo a mínima do ano e elevando ainda mais a insegurança do pecuarista – que pode se agravar diante da possibilidade de uma investigação mais ampla, por parte dos EUA, sobre as práticas comerciais do Brasil.
Figura 2.
Evolução mensal dos estoques de carne bovina dos Estados Unidos, em mil toneladas.
Fonte: USDA / Elaboração Farmnews
O lado positivo é que a exportação de carne bovina do Brasil voltou a subir na parcial até a terceira semana de julho, reforçando a expectativa de um recorde para o período, em 2025.
Desde o anúncio de tarifas dos norte-americanos sobre os produtos importados do Brasil, o mercado do boi gordo segue instável e apreensivo, já que o país é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira.
A demanda dos Estados Unidos é relevante, embora muito menor que a do nosso principal comprador, a China. Além disso, outros países, como México, Filipinas e Rússia, apresentaram aumento nas compras em 2025. A disputa pela carne bovina brasileira no mercado internacional está mais acirrada — e os números comprovam isso!
Zootecnista, doutor pela USP-FZEA e fundador da Farmnews.
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