A relação do preço do frango e do suíno vendido na granja versus o valor de compra do milho está em um dos melhores patamares dos últimos anos neste primeiro trimestre de 2024.
Originalmente publicado no BroadcastAgro, da Agência Estado.
Pensando na avicultura de corte e na suinocultura, o principal item de custo é a alimentação dos animais.
Segundo dados CIAS (Central de Inteligência de Aves e Suíno) da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Aves e Suínos, a ração participou, em média, em 69,0% do custo de produção dos frangos, considerando o estado do Paraná, e 75,3% do custo para a suinocultura, em Santa Catarina, em 2023.
Com o milho como o principal item na composição da dieta desses animais, percebemos que 2024 vem se apresentando mais favorável para o granjeiro.
A relação do preço do frango e do suíno vendido na granja versus o valor de compra do milho está em um dos melhores patamares dos últimos anos. Ou seja, com o valor de venda do produto final do avicultor de corte ou suinocultor ele consegue adquirir uma maior quantidade do insumo.
Para as aves de corte, a média do primeiro trimestre está 43,7%, 55,3%, 61,4% e 33,9% maior que as médias de igual período dos anos de 2023, 2022, 2021 e 2020, respectivamente.
Para a suinocultura, considerando o mesmo intervalo de tempo, a relação de troca só não é positiva quando comparado com 2020. Veja as figuras 1 e 2.
Figura 1.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de frango vivo vendido, em São Paulo.
*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria
Figura 2.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de suíno vivo vendido, em São Paulo.
*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria
Esperava-se menor produção na safra 2023/24 desde as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em função da perspectiva de menor área e redução na produtividade, que foi recorde em 2022/23, e impulsionou a produção de 131,9 milhões de toneladas.
A estimativa atual (mar/24) para 2023/24, para a safra de milho (1ª, 2ª e 3ª safras) é de 112,8 milhões de toneladas, retração frente às expectativas iniciais, que estimava produção de 119,4 milhões (out/23).
Apesar da menor produção, a partir de janeiro, com o início da colheita da safra de verão e a colheita da soja no Centro-Oeste adiantada em função do clima, que favoreceu o desenvolvimento das lavouras, a semeadura da segunda safra ocorreu, em sua maioria, na janela ideal (até meados de março), em praticamente todo o Brasil, os preços caíram.
A expectativa para os preços dos grãos ainda é incerta. Se o clima colaborar, a produtividade e a produção poderão ser maiores que as estimativas vigentes, cenário que pode pressionar os preços nos próximos meses.
Mas, se o clima impactar, com o atual recorte de menor produção, estoques menores e demanda firme, há a possibilidade de alta às cotações durante a colheita da segunda safra.
O custo do produtor não é somente feito de milho, mas é um bom parâmetro.
Esta relação entre os gastos com a compra do grão e o preço de venda demonstra que a margem das atividades está melhor neste primeiro trimestre de 2024.
Com isso, é possível que a produção continue crescente nos próximos meses, mas é necessário acompanhamento.
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