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Quem tem medo do frio?


Quinta-feira, 4 de julho de 2019 - 17h10

Médico veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: www.girodoboi.com.br


O assunto da semana foi a forte onda de frio prevista para chegar ao Sudeste e Centro-Oeste do Brasil nesse fim de semana. As previsões até o momento apontam que essa frente será a maior dos últimos anos, inclusive com potencial para geadas generalizadas no Paraná, São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e sul de Minas. 


Na semana passada, o aumento das ofertas de compra pelas indústrias, sobretudo em São Paulo, encontrou oferta suficiente e a consequência foi um alongamento das escalas de abate. Já nessa semana o movimento se intensificou, com o pecuarista “limpando” o resto dos pastos para mitigar qualquer impacto da possível geada do fim de semana. 


Esse movimento foi o gatilho para uma queda em toda a curva de preços futuros, com destaque para o contrato de outubro que, após fazer a máxima na casa dos R$165,00/@, tinha estacionado ao redor dos R$164,00/@ e acabou cedendo, fazendo mínima em R$161,25, estando negociado agora ao redor de R$ 162,00/@. A julgar pela força do frio reportada nas previsões meteorológicas, a reação do mercado futuro foi bastante branda, caindo apenas 1,5% na semana, sendo que, no passado, outros eventos semelhantes traziam quedas de até 5% ou mais nas cotações. 


Tendo o que ocorreu em outros eventos semelhantes como base, uma geada forte acaba antecipando e concentrando o fluxo de oferta, gerando pressão baixista no curto prazo, mas praticamente eliminando a oferta de bois de pasto ou semiconfinamento para frente, o que aumenta o potencial altista do restante da entressafra. 


Depois da queda do pregão de 3/7, o mercado futuro se acomodou e opera em compasso de espera de qual será o impacto real da onda de frio no fim de semana. A julgar pelo posicionamento das indústrias que, mesmo com escalas longas, têm estado mais preocupadas em colocar animais na escala do que em exercer pressão baixista, o apetite por boi gordo nos preços atuais é grande. Uma possível nova rodada de valorizações no mercado físico e consequentemente no futuro nesse início de entressafra pode trazer boas oportunidades de fixação de preços para o restante do ano. A conferir.



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