Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação nas Faculdades REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; Investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.
Foto: Scot Consultoria
Finalizando a sequência de artigos sobre o tema “Plantas invasoras da pastagem” (veja aqui a parte I e II) agora com os métodos de controle biológico, uso do fogo e químico.
O método de controle biológico consiste na utilização de inimigos naturais como insetos, fungos, bactérias, ácaros, vírus, peixes, aves e herbívoros no controle de plantas invasoras. Entretanto, nas condições brasileiras o que tem sido factível é o pastejo combinado de bovinos com caprinos ou bovinos com eqüídeos. Os caprinos, por exemplo incluem na sua dieta, folhagem e mesmo rebentos de plantas arbustivas. Além da folhagem, utilizam a casca de algumas espécies, e a ação contínua pode provocar o anelamento do caule e a conseqüente morte do arbusto.
O fogo provoca perdas de 100% do carbono, de 98% do nitrogênio e de 95% do enxofre da biomassa vegetal da pastagem (da planta forrageira e das plantas invasoras), provocando empobrecimento da fertilidade do solo. Se durante a queima a temperatura alcançar valores extremos o fósforo também é perdido. O solo fica desprotegido e exposto à radiação solar e ao impacto das águas das chuvas e ao pisoteio de animais e de máquinas, o que provoca seu adensamento, compactação e erosão. Além disso, causa uma mudança na composição botânica da pastagem, com eliminação gradativa da planta forrageira e das invasoras herbáceas (diga-se de passagem, de mais fácil controle) e sua substituição por plantas invasoras de portes subarbustivo, arbustivo e arbóreo, de controle reconhecidamente mais difícil. E o mais desafiador ainda, é a substituição da planta forrageira e das invasoras de folha larga, por capins-invasores extremamente fibrosos, de baixa aceitabilidade pelos animais e de controle muito difícil por ainda haver poucas alternativas de ingredientes ativos para herbicidas seletivos;
O controle químico é realizado com a utilização de produtos químicos denominados herbicidas, que provocam a morte ou impedem o desenvolvimento das plantas invasoras. Na agricultura houve avanço significativo no desenvolvimento de controle químico destas plantas com desenvolvimento de produtos específicos para a aplicação em pré-plantio incorporado, em pré-emergência das invasoras e da cultura e em pós-emergência. Entretanto, em pastagens que são implantadas através de sementes ainda não se têm registrado herbicidas para a aplicação em pré-plantio incorporado e em pré-emergência, restando apenas a alternativa da aplicação em pós-emergência. Por isso esses produtos devem controlar as invasoras e serem seletivos às gramíneas forrageiras. Aqui está mais um desafio para a consorciação de pastagens com gramíneas e leguminosas, pois estas últimas são sensíveis aos ingredientes ativos seletivos que foram desenvolvidos para o controle de plantas invasoras de folhas largas (latifoliadas) em pastagens de gramíneas.
Quando o plantio da forrageira é feito através de mudas, algumas variedades e cultivares de capim-elefante e das gramas Cynodon sp toleram ingredientes ativos de herbicidas graminicidas (que controlam gramíneas, ou seja, capins) que podem ser aplicados em pré-plantio, em pré-emergência e em pós-emergência.
Os herbicidas utilizados em pastagens, de modo geral, são sistêmicos, ou seja, após a absorção, necessitam ser translocados até o local de ação na planta daninha, por exemplo, até a raiz.
Quanto ao alvo de aplicação em pastagens basicamente existem dois tipos de herbicidas: de aplicação foliar; de aplicação localizada. Aqui têm dois métodos: aplicação no caule e aplicação no toco.
O controle químico tem se apresentado consistentemente como o mais eficaz no controle de plantas invasoras em todos os experimentos em que se comparou a eficácia dos métodos de controle químico x mecânico com uso de roçada manual e tratorizada, com rolo-faca, etc., principalmente quando a analise é feita num prazo acima de três anos.
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