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Scot Consultoria

Plantas infestantes da pastagem – parte I


Quarta-feira, 2 de janeiro de 2019 - 08h30

Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação nas Faculdades REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; Investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.


Foto: Scot Consultoria


Plantas invasoras ou infestantes são plantas indesejáveis em uma cultura específica. A definição é até certo ponto complexa por causa da dinâmica dos sistemas agropastoris. Por exemplo, as plantas forrageiras são desejáveis no cultivo de pastagens, mas em cultivos de grãos, canaviais, seringais, reflorestamentos etc., são plantas indesejáveis e, portanto, classificadas como invasoras.

Entretanto, mesmo em explorações pecuárias uma planta forrageira pode ser classificada como invasora por ser indesejável, como a presença de forrageiras do gênero Brachiaria sp em piquetes de gramas do gênero Cynodon sp (capins grama estrela, coastcross, tiftons, etc.) para equinos ou em campos de produção de feno.

São sinônimos do termo planta invasora ou infestante os termos ervas daninhas, plantas daninhas (ambos, termos técnicos), inços (termo regional na região Sul), juquira (termo regional na região Norte), capoeira (termo regional nas regiões Sudeste e Nordeste), “pragas” (termo incorreto porque pragas são insetos, tais como cigarrinhas, percevejos, gafanhotos, lagartas, formigas etc.).

Existe uma relação entre a presença de plantas invasoras na pastagem e o processo de sua degradação. O papel das plantas invasoras como “indicadoras” da degradação de pastagens no trópico úmido amazônico é tão evidente que alguns estudos têm tentado caracterizar os vários estádios de produtividade das pastagens nessa região com o percentual relativo da biomassa dessas plantas presentes na pastagem.

Por meio da metodologia quantitativa se quantifica o percentual relativo de biomassa das plantas invasoras, enquanto por meio da metodologia qualitativa a avaliação é visual. Por esta o processo de degradação é classificado em três estádios. No primeiro estádio de degradação a espécie mais consumida pelos animais, sob o estresse do pastejo pesado, ou sob outro fator qualquer, perde vigor, e reduz o seu crescimento. No segundo estádio, a forrageira mais consumida começa a desaparecer e outras forrageiras menos apreciadas pelos animais iniciam o domínio da área. No terceiro estádio, ocorre a invasão da pastagem por espécies de plantas invasoras. Este estádio ocorre junto ao segundo ou inicia logo após. Nestes três estádios ocorrem prejuízos na composição e na disponibilidade de forragem produzida na pastagem.

Independente da metodologia observa-se que a presença da planta invasora é um parâmetro adotado na classificação do estádio de degradação da pastagem.

Como se têm:

· O plantio de espécies forrageiras não adaptadas às condições climáticas e dos solos da região;

· O plantio incorreto, com erros cometidos desde o preparo incorreto do solo, passando pela compra de sementes de baixo valor cultural, terminando com erros na semeadura da pastagem;

· O manejo incorreto da pastagem durante o seu estabelecimento e durante a sua condução;

· A queima frequente;

· A falta de diversificação que provoca o desenvolvimento rápido de pragas e doenças das pastagens como por exemplo da cigarrinha das pastagens;

· A incompatibilidade de espécies de gramíneas e leguminosas consorciadas que competem de forma desigual pelos fatores de crescimento luz, água e nutrientes, com consequente eliminação de uma das espécies consorciadas, geralmente a leguminosa;

· O cultivo da pastagem em solos com baixa fertilidade natural ou em solos antes férteis, mais já esgotados

Todas estas causas ao final levam à abertura de espaços nas pastagens que passam a ser ocupados pelas plantas invasoras.

Nas próximas edições darei seqüência com artigos sobre este tema apresentando as conseqüências da presença de plantas invasoras na pastagem e os métodos de seu controle – aguardem.


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